Em entrevista emocionante à jornalista Poliana Abritta, do Fantástico, Gilberto Gil relembrou a dor inesquecível da perda de seus filhos, Pedro e Preta Gil. A conversa, naturalmente, se voltou para o luto, principalmente após a recente morte de Preta, em julho deste ano, após uma batalha de quase três anos contra o câncer. Mas Gil também revisitou a tragédia de 1990, quando perdeu Pedro, seu filho baterista, em um acidente de carro.
“Já perdi um filho antes, de forma trágica. Na época, quase reclamei, sabe? A gente espera que os filhos nos enterrem, não o contrário! É… estranho, né? Enterrar os filhos…”, desabafou o músico, com a voz embargada. Pedro, aos 19 anos, seguia os passos do pai na música, tocando na banda Egotrip. O acidente, um capotamento na Lagoa Rodrigo de Freitas, enquanto voltava de São Paulo para o Rio de Janeiro, teve grande repercussão na mídia.
A comparação entre as duas perdas trouxe à tona a diferença fundamental no processo de luto. Com Preta, apesar da dor imensa, houve um tempo, um espaço para o adeus. “Com a Preta, a gente teve tempo para se acostumar com a ideia, de certa forma. O diagnóstico já foi um baque, muito duro, as expectativas de cura eram pequenas…”, explicou Gil. A luta contra a doença, embora extenuante, permitiu uma preparação, algo que não existiu com a morte repentina de Pedro.
Mesmo assim, o ex-ministro da Cultura confessou estar “naturalmente triste”, se adaptando à ausência dos filhos. A falta é imensa, mas a lembrança da trajetória de vida de Preta o conforta: “Ela viveu uma vida que nos ensina muita coisa”. A entrevista completa pode ser vista no vídeo abaixo.
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Fonte da Matéria: g1.globo.com