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Gigantes de tecnologia americanas acusam Brasil de práticas comerciais desleais junto aos EUA

Big techs americanas estão reclamando alto! Em um documento enviado ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), elas acusam o Brasil de criar obstáculos para suas operações no país. A denúncia, feita a pedido de Donald Trump, investiga supostas “práticas comerciais desleais” do Brasil contra os EUA. Olha só: a bronca é grande e envolve o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional, a Anatel e até mesmo o Banco Central.

A representação foi feita por peso-pesados do setor: Associação da Indústria de Computadores e Comunicações (CCIA), Associação de Tecnologia do Consumidor (CTA) e Conselho da Indústria de Tecnologia da Informação (ITI). Entre seus membros? Gigantes como Meta, Google, Microsoft, Amazon, Apple, Nvidia e OpenAI. Elon Musk, por sua vez, enviou um comunicado separado do X, alegando que decisões judiciais brasileiras ignoram acordos internacionais e ameaçam a liberdade de expressão.

O governo brasileiro, claro, rebateu as acusações na segunda-feira (18). Em resposta ao USTR, negou veementemente qualquer prática discriminatória ou restritiva ao comércio com os EUA, afirmando não haver base para sanções. Mas, afinal, quais são as reclamações?

**STF: A polêmica do artigo 19**

As big techs criticam duramente a decisão do STF sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet. A corte declarou parte do artigo inconstitucional, estabelecendo que plataformas são responsáveis pela remoção de conteúdo criminoso, mesmo sem ordem judicial. A CCIA teme que isso leve a uma remoção preventiva e generalizada de conteúdo, enquanto a CTA alega violação à Primeira Emenda dos EUA, afetando empresas e cidadãos americanos, inclusive com pedidos de remoção de conteúdo global. Isso é, no mínimo, preocupante.

**Anatel: Responsabilidade ampliada em marketplaces**

A Anatel também entrou na mira das empresas. A CCIA critica a ampliação da responsabilidade dos marketplaces pelo que é vendido por terceiros. Para a associação, isso aumenta custos e cria barreiras para empresas estrangeiras. O ITI reforça a crítica, dizendo que essa responsabilidade cria encargos desproporcionais, principalmente para empresas americanas.

**Congresso: Lei de IA e o PBIA**

O projeto de lei sobre inteligência artificial em tramitação no Congresso também causou preocupação. As associações temem que a legislação, na sua forma atual, crie barreiras para desenvolvedores e empresas americanas. A priorização do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) em soluções “por brasileiros e para brasileiros” também é criticada, pois pode limitar o acesso a tecnologias estrangeiras mais avançadas ou econômicas, segundo o ITI.

**Banco Central e o PIX: Concorrência desleal?**

Apesar de reconhecer o sucesso do PIX, as empresas veem um conflito de interesses: o Banco Central atuando como regulador e competidor no setor de pagamentos. O ITI argumenta que essa situação cria uma desigualdade para empresas americanas de serviços de pagamento eletrônicos (EPS), que competem diretamente com o próprio regulador, que detém informações privilegiadas. Isso, na visão delas, configura distorção anticompetitiva.

Em resumo, as big techs americanas estão em pé de guerra contra o que consideram práticas desleais do Brasil, abrindo um conflito que promete repercussões internacionais. A resposta do governo brasileiro, no entanto, é firme e nega qualquer irregularidade. Acompanharemos os próximos capítulos dessa disputa.

Fonte da Matéria: g1.globo.com