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** Gaza: Convoios de ajuda humanitária cruzam fronteira em meio à crise

** Dezenas de caminhões carregados de alimentos chegaram à Faixa de Gaza na segunda-feira (28), graças a uma trégua humanitária declarada por Israel. A iniciativa, que inclui corredores humanitários, visa amenizar a grave crise de fome que assola a população palestina. A situação, segundo a ONU e diversas ONGs, já configura “fome em massa”.

Olha só: esses caminhões, que entraram pelo segundo dia consecutivo, vieram principalmente do Egito, via passagem de Rafah, no sul. A gente viu, inclusive, veículos da Cruz Vermelha e outras organizações internacionais fazendo o trajeto. (Veja no vídeo acima). A Cruz Vermelha egípcia, por exemplo, relatou o envio de 135 caminhões com cerca de 1.500 toneladas de ajuda, incluindo alimentos e itens de higiene.

A Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense, informou que mais de 120 caminhões foram distribuídos no dia anterior pela ONU e outras entidades. Ainda segundo a Cogat, outros 180 já estão em Gaza aguardando distribuição, e centenas seguem na fila. Ufa! A demanda é gigantesca.

Essa pausa humanitária, anunciada no sábado (26), surgiu após fortes críticas internacionais à forma como Israel vinha conduzindo a ajuda, basicamente por via aérea – uma estratégia considerada ineficaz. As imagens de palestinos famintos, principalmente no sul de Gaza, pressionaram o governo israelense a mudar de estratégia.

De acordo com o Exército israelense, a atividade militar em Gaza será suspensa diariamente, das 10h às 20h (horário local – 4h às 14h em Brasília), nas regiões de Al-Mawasi (sul), Deir al-Balah (centro) e Cidade de Gaza (norte). As rotas para o transporte de alimentos e remédios ficarão abertas durante o dia, fechando à noite.

Mas, na real, a situação é tensa. Israel enfrenta fortes críticas internacionais pela crise humanitária em Gaza. O primeiro-ministro Netanyahu, no entanto, negou a existência de uma política de fome, afirmando que “não há fome em Gaza”. As negociações indiretas para um cessar-fogo, mediadas por Doha entre Israel e o Hamas, foram interrompidas.

A situação em Gaza, segundo o secretário-geral da ONU, é um “show de horrores”. Entre março e maio, Israel bloqueou completamente a entrada de ajuda, como forma de pressionar o Hamas pela libertação de reféns. Depois, a distribuição de comida foi controlada por Israel, sendo acusada de liberar apenas “a conta-gotas” e, ainda, de matar palestinos que buscavam auxílio. Israel argumenta que a restrição visava impedir que a ajuda caísse nas mãos do Hamas. A ONU, por sua vez, foi acusada por Israel de ineficiência na distribuição. Mas o Exército israelense proibiu a operação da ONU e de ONGs em Gaza. No domingo, Netanyahu declarou que a guerra prosseguirá até a “vitória total” sobre o Hamas.

Vale lembrar que a guerra começou em 7 de outubro de 2023, com um ataque terrorista do Hamas no sul de Israel que resultou em mais de 1.200 mortos e 251 reféns levados para Gaza. A ofensiva israelense em Gaza já causou a morte de quase 60 mil palestinos, segundo dados de autoridades locais chancelados pela ONU – a maioria mulheres e crianças. Grande parte do enclave está em ruínas e a população, quase toda, deslocada.

A pausa humanitária iniciada no domingo (27) envolve corredores e pontos de distribuição específicos. O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou a medida no sábado (26), confirmada pelo Exército israelense: rotas seguras para comboios com alimentos e remédios estariam disponíveis entre 6h e 23h.

Tom Fletcher, chefe humanitário da ONU, afirmou que as equipes intensificariam os esforços para alimentar os famintos durante as pausas. Israel também retomou o envio de alimentos por via aérea, divulgando um vídeo do primeiro lançamento no sábado (26). Desde maio, esse apoio era centralizado na Fundação Humanitária de Gaza, entidade controversa apoiada por Israel e criticada pela ONU.

A crise humanitária se agravou nas últimas semanas, com dezenas de mortes por desnutrição, incluindo 85 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. No sábado, uma bebê de cinco meses morreu de desnutrição. O Crescente Vermelho Egípcio enviou mais de 100 caminhões com ajuda para o sul de Gaza. A ONU descreve a situação como um “show de horrores”, com mais de 100 ONGs denunciando “fome em massa”. Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, descreveu a situação com palavras fortes: “‘As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes'”. Um vídeo da Reuters mostrou crianças palestinas com desnutrição severa. O Programa Mundial de Alimentos (WFP) disse que quase um terço da população palestina passa dias sem comer. O governo Netanyahu culpa a ONU e o Hamas pela situação.

Fonte da Matéria: g1.globo.com