** Olha só, a situação em Gaza tá crítica! Nesta segunda-feira (28), dezenas de caminhões carregados de ajuda humanitária finalmente cruzaram a fronteira, entrando na Faixa de Gaza. Isso aconteceu depois que Israel anunciou uma pausa humanitária, abrindo corredores humanitários numa tentativa – bem, na tentativa desesperada – de amenizar a fome generalizada que assola a população palestina. A gente tá falando de uma verdadeira tragédia humanitária.
Os caminhões, muitos com os símbolos da Cruz Vermelha e de outras organizações internacionais, entraram pelo segundo dia seguido, dessa vez vindos do Egito, pela passagem de Rafah, ao sul. Vi no vídeo, gente, cenas impactantes. A Cruz Vermelha egípcia, por exemplo, disse ter enviado 135 caminhões com cerca de 1.500 toneladas de mantimentos e itens de higiene. Impressionante, né?
A Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelense responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos, informou que mais de 120 caminhões foram distribuídos no dia anterior pela ONU e outras organizações. Segundo eles, outros 180 já estão em Gaza esperando distribuição, e centenas aguardam na fila. Uma fila gigante da esperança, da sobrevivência.
Sabe, essa pausa humanitária foi anunciada no sábado. Israel, após sofrer duras críticas por apenas liberar ajuda aérea – que, segundo especialistas, era ineficaz – decidiu finalmente permitir a entrada de alimentos por terra. A pressão internacional, principalmente por causa das imagens chocantes de palestinos famintos, foi gigantesca. A situação era, de fato, insustentável.
O Exército israelense declarou que a atividade militar em Gaza ficaria suspensa diariamente, das 10h às 20h (horário local – 4h às 14h em Brasília), em algumas áreas específicas: Al-Mawasi (sul), Deir al-Balah (centro) e Cidade de Gaza (norte). As rotas para os comboios de ajuda só ficam abertas durante o dia, fechando à noite.
A comunidade internacional critica veementemente a situação humanitária em Gaza, classificada pela ONU e ONGs como “fome em massa”. Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, porém, rebate as críticas, afirmando que não há fome, nem política de fome em Gaza. Me parece um pouco difícil de acreditar, né? As negociações indiretas para um cessar-fogo, mediadas em Doha, foram interrompidas.
A situação, nas palavras do secretário-geral da ONU, é um verdadeiro “show de horrores”. Israel bloqueou totalmente a entrada de ajuda entre março e maio, alegando tentar pressionar o Hamas a liberar os reféns. Depois, tomou o controle da distribuição, sendo acusada de fornecer ajuda a conta-gotas e até mesmo de matar palestinos que buscavam ajuda. Israel justifica as restrições dizendo que queria evitar que a ajuda caísse nas mãos do Hamas, culpando a ONU pela ineficiência na distribuição – apesar de ter proibido a atuação da ONU e de ONGs em Gaza. No domingo, Netanyahu disse que a guerra só vai terminar com a “vitória total” sobre o Hamas.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023, com um ataque terrorista do Hamas que deixou mais de 1.200 israelenses mortos e 251 reféns. Desde então, a ofensiva israelense já causou a morte de quase 60 mil palestinos – a maioria mulheres e crianças, segundo dados de autoridades locais chancelados pela ONU – e deixou grande parte de Gaza em ruínas.
A pausa humanitária iniciada no domingo (27) incluiu corredores e pontos de distribuição específicos. O Exército israelense informou que rotas seguras estariam disponíveis das 6h às 23h para comboios com alimentos e remédios. O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, disse que as equipes intensificariam os esforços para alimentar os famintos durante as pausas.
Israel retomou também o envio de alimentos por via aérea e divulgou um vídeo do primeiro lançamento. Desde maio, essa ajuda tem sido concentrada na Fundação Humanitária de Gaza, uma entidade controversa, apoiada por Israel e criticada pela ONU.
A crise é gravíssima. Dezenas de palestinos morreram de desnutrição nas últimas semanas, incluindo 85 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. No sábado, uma bebê de cinco meses morreu de desnutrição. A ONU descreve a situação como um “show de horrores”, com mais de 100 ONGs denunciando “fome em massa”. Um colega do comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, descreveu a situação como pessoas “não mortas nem vivas, mas cadáveres ambulantes”. Um vídeo da Reuters mostrou crianças com desnutrição severa em um hospital de Gaza. O Programa Mundial de Alimentos (WFP) da ONU disse que quase um terço da população palestina passa dias sem comer. O governo Netanyahu culpa a ONU e o Hamas pela situação. A situação, na real, é desesperadora.
Fonte da Matéria: g1.globo.com