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Fúria da Geração Z: Protestos no Nepal derrubam primeiro-ministro após bloqueio de redes sociais

O Nepal viveu dias de caos entre segunda (8) e terça-feira (9) de setembro de 2025. Uma revolta da Geração Z, impulsionada pela gritante desigualdade social e pelo bloqueio das redes sociais, culminou na renúncia do primeiro-ministro Khadga Prasad Oli e em cenas de violência sem precedentes na capital, Katmandu. A revolta, meu Deus! Prédios governamentais foram incendiados, incluindo a sede do governo, o Parlamento e a Suprema Corte! Imagina só! Ministros foram atacados e arrastados pela multidão. Foi tenso!

A revolta, na real, é reflexo de uma profunda insatisfação com a ostentação da elite política em contraste com a pobreza generalizada. Segundo o Banco Mundial, os 10% mais ricos do Nepal ganham mais de três vezes do que os 40% mais pobres. Um em cada cinco nepaleses vive na pobreza, e a taxa de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos chega a 22%. O Nepal, aliás, figura na lista da ONU dos 44 países menos desenvolvidos.

Gaurav Nepune, um dos líderes dos protestos, explicou que a mobilização online vinha acontecendo há três meses. A ideia era mostrar a diferença absurda entre a vida de políticos e a do cidadão comum. Fotos de filhos de políticos ostentando luxo viralizaram nas redes, enquanto jovens de famílias pobres são forçados a emigrar para sustentar seus parentes. E, pra piorar, escândalos de corrupção e impunidade só atiçaram ainda mais a ira popular.

A Geração Z, nascida entre 1995 e 2009, foi a força motriz dos protestos. Essa geração, totalmente conectada, crítica e engajada, usou a internet, smartphones e redes sociais para organizar a mobilização. O bloqueio das redes, justificado pelo governo como combate à desinformação, foi visto como uma tentativa de silenciar a indignação. Isso, na minha opinião, foi um erro crasso!

Milhões de nepaleses trabalham no exterior, enviando remessas para suas famílias. O bloqueio das redes sociais interrompeu esse contato, aumentando ainda mais a frustração. Ativistas, então, usaram plataformas como Viber e TikTok para manter a comunicação e organizar os protestos.

Os confrontos de segunda-feira deixaram 19 mortos. A polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes. A violência escalou na terça-feira, com novos protestos condenando a repressão policial. A pressão foi tanta que o primeiro-ministro Oli renunciou, e o governo revogou o bloqueio das redes.

Sandip, um influenciador digital de 31 anos, disse à Reuters: “Todo cidadão do Nepal estava farto do governo corrupto. A raiva vinha crescendo há meses, mas o protesto foi espontâneo”.

Mesmo com a renúncia de Oli, a violência continuou. A população ignorou o toque de recolher e manteve os protestos durante a noite. Casas de autoridades, incluindo a do ex-primeiro-ministro Oli e a do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal (cuja esposa ficou gravemente ferida), foram incendiadas. Dois aeroportos e hotéis como o Hilton e o Varnabas foram danificados. O aeroporto de Katmandu, principal porta de entrada para turistas que vão escalar o Everest, chegou a ser fechado por causa da fumaça. A situação ficou realmente crítica! Imagens de civis com rifles de assalto circularam pela internet.

Balendra Shah, um ex-rapper e atual prefeito de Katmandu, é um nome popular entre os manifestantes. Após as mortes de segunda-feira, ele chamou Oli de “terrorista”. Na terça, após a renúncia, pediu calma aos seus quase 784 mil seguidores no Instagram: “A renúncia dos opressores aconteceu! Agora, paciência. Vocês, a Geração Z, terão que liderar o país! Preparem-se!”.

O Nepal, governado atualmente pelo presidente de centro-esquerda Ram Chandra Poudel, enfrenta instabilidade política e econômica desde a década de 1990, quando uma guerra civil de 10 anos levou à abolição da monarquia em 2008. Apesar de classificado como uma democracia eleitoral pelo Índice de Democracia de 2025 do V-Dem (Universidade de Gotemburgo), a democracia nepalesa ainda é frágil. O futuro do país, agora, está nas mãos da Geração Z.

Fonte da Matéria: g1.globo.com