O Fundo Monetário Internacional (FMI) deu uma boa notícia ao Brasil: melhorou a previsão de crescimento da economia brasileira para 2026! Agora, a expectativa é de um PIB 2,1% maior. A informação veio a público nesta terça-feira (29), no relatório Perspectiva Econômica Global. Olha só que alívio, né? Mas calma, a festa não tá completa…
O aumento de 0,1 ponto percentual em relação à projeção de abril é positivo, sim. Mas, na real, indica uma desaceleração se compararmos com a estimativa para 2025, de 2,3%. Ou seja, o crescimento vai diminuir um pouco no ano seguinte.
Uma coisa importante: essas previsões do FMI não levam em conta o “tarifaço” anunciado por Donald Trump, o ex-presidente dos EUA, que prevê tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O FMI deixou claro: as projeções consideram as políticas comerciais em vigor *no momento da elaboração do relatório*. Tipo assim, eles partiram do princípio que as coisas vão continuar como estão. Afinal, segundo o próprio FMI, “esse é o caso mesmo em relação às medidas que foram enquadradas como temporárias ou pendentes”.
E esse “tarifaço” pode ser um problema e tanto! Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estima perdas de até R$ 175 bilhões no PIB brasileiro nos próximos 10 anos, caso as tarifas entrem em vigor. Isso representa um impacto negativo de 1,49% no PIB a longo prazo, e ainda pode resultar na perda de mais de 1,3 milhão de empregos, segundo a Fiemg. Meu Deus!
As previsões do FMI são um pouco mais conservadoras que as do governo brasileiro. O Ministério da Fazenda, por exemplo, projeta um crescimento de 2,4% do PIB para 2026. Mas, assim como o FMI, essas estimativas também não consideram o impacto das tarifas americanas.
A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação aos três meses anteriores, segundo o IBGE. Em 2024, o crescimento foi de 3,4%. O IBGE divulgará os dados do segundo trimestre em 2 de setembro. A gente fica na espera…
A perspectiva de desaceleração gradual também é influenciada pela política monetária restritiva, com a Selic em 15%. O Banco Central deve manter essa taxa na reunião desta semana. Por outro lado, o mercado de trabalho robusto ajuda a equilibrar a situação.
Em relação à América Latina e Caribe, o FMI elevou a projeção de crescimento para 2,2% em 2025 e 2,4% em 2026. Já para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, o crescimento estimado é de 4,1% em 2025 e 4,0% em 2026 – um aumento de 0,4 e 0,1 ponto percentual, respectivamente, em comparação com as projeções de abril. Esse salto para este ano se deve, principalmente, à melhora na perspectiva de crescimento da China (agora em 4,8%), impulsionada por um desempenho melhor que o esperado no primeiro semestre e pela redução de tarifas dos EUA.
Voltando ao “tarifaço”, o governo brasileiro tem se esforçado para dialogar com os EUA, mas as notícias não são animadoras. Segundo informações do blog do Valdo Cruz, Trump teria demonstrado uma postura bastante negativa em relação ao Brasil, diminuindo as esperanças de uma reversão das tarifas. Assessores presidenciais afirmam que Trump quer mesmo “punir” o Brasil.
Lula, Alckmin e Haddad reiteraram na segunda-feira (28) a intenção de continuar as negociações, mas confirmaram que um plano de contingência para os setores afetados já está sendo elaborado. A situação é delicada, e exige muita atenção.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte da Matéria: g1.globo.com