A gente não acredita! O Facebook tirou do ar um grupo italiano com mais de 32 mil membros que compartilhava fotos íntimas de mulheres – muitas delas sem consentimento, claro. O grupo, chamado “Mia Moglie” (Minha Esposa, em inglês), foi fechado essa semana, após gerar revolta na Itália. A galera tá preocupada, porque grupos parecidos podem estar surgindo por aí.
A Meta, dona do Facebook, explicou que a página foi derrubada por violar as políticas da empresa contra a exploração sexual de adultos. Imagens divulgadas antes da remoção mostravam fotos de mulheres em diferentes graus de nudez, algumas dormindo ou em momentos íntimos. Os comentários? De arrepiar! Havia mensagens sexualmente explícitas, com homens dizendo que queriam estuprar as mulheres nas fotos, ou elogiando o caráter secreto das imagens. Isso é inacreditável!
A escritora Carolina Capria denunciou a página e relatou o quanto se sentiu enojada e assustada com o que viu. “Essa ligação entre violência e sexualidade tá tão entranhada na nossa cultura que, num grupo público, homens escrevem sem esconder nome e rosto”, ela disse. Fiorella Zabatta, do partido European Greens, foi mais direta nas redes sociais: “Isso não é diversão inofensiva, é estupro virtual! Essas plataformas precisam ser combatidas, essa masculinidade tóxica precisa ser combatida e todos nós precisamos agir: sociedade civil e política também”.
Segundo a imprensa italiana, mais de mil pessoas denunciaram o grupo à polícia especializada em crimes cibernéticos. A prática, conhecida como “revenge porn” – compartilhamento de imagens ou vídeos íntimos sem consentimento – é crime na Itália desde 2019. Em nota oficial, a Meta reforçou: “não permitimos conteúdo que ameace ou promova violência sexual, agressão sexual ou exploração sexual em nossas plataformas”.
A descoberta desse grupo no Facebook fez muita gente lembrar do caso Pelicot, na França. No ano passado, Dominique Pelicot foi condenado a 20 anos de prisão por drogar, abusar e convidar estranhos a estuprar a própria esposa, Gisèle Pelicot. Apesar do contexto virtual, Capria vê uma ligação entre os dois casos: “em ambos, há um homem que acredita poder controlar a esposa, e para quem a sexualidade está intrinsecamente ligada à opressão”. É assustador pensar nisso, né? A gente precisa ficar de olho e denunciar qualquer situação parecida.
Fonte da Matéria: g1.globo.com