A ex-primeira-dama da Coreia do Sul, Kim Keon Hee, foi presa na terça-feira, 12 de agosto de 2025. Acusada de fraude financeira, suborno e tráfico de influência, ela se tornou a primeira esposa de um presidente – ou ex-presidente – a ser presa na história do país. Olha só que situação! Seu marido, o ex-presidente Yoon Suk Yeol, também está preso desde julho, após um processo de impeachment por tentativa de autogolpe, com a declaração de lei marcial em dezembro de 2024. Isso mesmo, o casal se tornou o primeiro ex-casal presidencial a ser preso simultaneamente. Incrível, né?
Kim tá sendo mantida em uma cela individual, com área entre seis e dez metros quadrados. A cela, segundo a agência de notícias Yonhap, conta com armário, mesa dobrável, televisão e banheiro. Ela vai dormir num colchão no chão. A Reuters informou que, apesar do tratamento padrão para as detentas, sua rotina terá pequenos ajustes por conta de sua condição de figura pública.
A prisão veio após horas de interrogatório na semana passada. “Peço sinceras desculpas por causar problemas, apesar de ser uma pessoa sem importância”, declarou Kim ao chegar à promotoria. Segundo fontes envolvidas na investigação, ela negou todas as acusações.
Mas quais são as acusações contra Kim Keon Hee? Uma delas envolve um incidente em 2022, durante uma cúpula da OTAN. Kim usou um pingente de luxo da Van Cleef, avaliado em US$ 43 mil (aproximadamente R$ 232 mil), que não constava em suas declarações financeiras. Ela alegou ser uma falsificação comprada em Hong Kong há 20 anos, mas a promotoria comprovou a autenticidade da joia.
Além disso, ela é acusada de receber suborno de um grupo religioso: duas bolsas Chanel, avaliadas em US$ 14,5 mil (cerca de R$ 78 mil), e um colar de diamantes, em troca de influência sobre os negócios do grupo. A promotoria justificou a prisão pelo receio de que ela pudesse destruir provas ou interferir na investigação.
A trajetória de Kim foi bastante controversa. Especialista em belas-artes e fundadora de uma agência de curadoria de sucesso, ela se envolveu em diversos escândalos antes e depois da eleição de Yoon em 2022. Suas escolhas de moda e seu ativismo político – como o lobpor pela proibição do consumo de carne de cachorro – geraram polêmica em um país onde a discrição é esperada de uma primeira-dama. Na real, sua atuação muitas vezes ofuscou a já turbulenta presidência de Yoon. Ele, por sua vez, enfrenta julgamento após seu afastamento em dezembro de 2024 e deposição final em abril de 2025, devido à tentativa frustrada de golpe de estado.
Fonte da Matéria: g1.globo.com