** Olha só! Jason Miller, ex-conselheiro de Donald Trump, soltou o verbo nas redes sociais nesta quarta-feira (6). Ele comparou o presidente Lula a Joe Biden, e ainda disse que o brasileiro tem “cérebro de banana amassada”. Meu Deus! A gente tá falando do cara que foi um dos principais assessores de Trump, hein? Aquele mesmo que fez parte da equipe de transição após a vitória dele nas eleições americanas e que ainda mantém contato próximo com o ex-presidente.
A declaração de Miller veio como resposta a uma entrevista de Lula à agência Reuters. Na entrevista, Lula disse que não ia se humilhar para discutir as altas tarifas impostas por Trump ao Brasil. Aí, no X (antigo Twitter), Miller escreveu: “Lula é o Biden dos trópicos. O cérebro dele é como banana amassada agora”. Nossa!
Essa comparação com Biden não foi à toa, não. É uma referência direta às críticas frequentes que aliados de Trump faziam à saúde mental e física do ex-presidente americano, principalmente durante a campanha de 2024. Tipo, era um ataque recorrente dos republicanos.
Aliás, Miller anda bem ativo falando do Brasil ultimamente. Nos últimos dias, ele tem publicado várias coisas atacando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No domingo (3), por exemplo, ele compartilhou imagens de protestos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lembra do caso em 2021? Miller visitou o deputado Eduardo Bolsonaro em Brasília e acabou sendo levado pela Polícia Federal para prestar depoimento no Aeroporto Internacional de Brasília. Isso foi no âmbito do inquérito das fake news, que na época era conduzido por Moraes.
A declaração de Lula que irritou tanto Miller foi dada em entrevista à Reuters. Lula disse que só vai ligar para Trump quando sentir que o americano está realmente disposto a conversar. Enquanto isso, ele não pretende se humilhar. Segundo o presidente, a ideia é discutir as tarifas com os BRICS – o grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e outros países em desenvolvimento.
Essa crise diplomática entre Brasil e EUA surgiu depois que Trump anunciou unilateralmente tarifas de 50% sobre vários produtos brasileiros. Essa taxa, a mais alta aplicada pelo governo americano, entrou em vigor justamente na quarta-feira (6). A lista de exceções é grande, incluindo suco de laranja, aeronaves, petróleo, veículos e fertilizantes. Mas carne e café, por exemplo, foram afetados.
Quando perguntado se a relação entre Brasil e EUA está no pior momento dos últimos 200 anos, Lula disse que a crise tem origem clara. E, para tentar resolver a situação, o Brasil acionou oficialmente a Organização Mundial do Comércio (OMC) para iniciar um processo contra as tarifas americanas. O governo pediu consultas aos EUA, um passo antes de uma possível abertura de um painel na OMC para julgar o caso. A OMC, porém, está bem enfraquecida, e o próprio governo brasileiro sabe que as chances de sucesso são pequenas. Mesmo assim, Lula, um defensor da OMC e do multilateralismo, achou importante fazer esse movimento.
Fonte da Matéria: g1.globo.com