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EUA revogam vistos de secretário da Saúde e ex-funcionário brasileiro por ligação com o “Mais Médicos”

Olha só que notícia! O governo Trump anunciou na quarta-feira (13), uma bomba: a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Brasil, e de Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo. A justificativa? A participação de ambos no programa “Mais Médicos”. Isso mesmo, o programa que levou médicos cubanos para o SUS tá no centro da polêmica.

Segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio, o “Mais Médicos” foi um “golpe diplomático inconcebível”. Na real, Rubio acusou o programa de ser cúmplice de um esquema de “exportação de trabalho forçado” do regime cubano. “O Departamento de Estado tá tomando medidas para revogar vistos e impor restrições a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, envolvidos nesse esquema”, declarou ele, mencionando a Organização Pan-Americana da Saúde. Incrível, né?

A contratação de médicos cubanos pelo “Mais Médicos” rolou entre 2013 e 2018. E essa não é a primeira vez que o governo Trump mira o Brasil. Já teve tarifaço em produtos brasileiros, revogação de vistos de ministros do STF e até aplicação da lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Ufa! Parece que tá rolando uma verdadeira guerra comercial e diplomática.

Em um post anterior, aliás, Rubio já havia anunciado restrições de visto para autoridades de Cuba, Granada e alguns países africanos e suas famílias, por suposta privação de cuidados médicos essenciais aos cubanos. Segundo comunicado do Departamento de Estado, os afetados pelas restrições “foram responsáveis ou cúmplices do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado”.

O governo Trump acusa Mozart Sales e Alberto Kleiman de usar a OPAS como intermediária com o governo cubano para implementar o programa sem seguir a Constituição brasileira, burlando as sanções americanas a Cuba e pagando conscientemente ao regime cubano o que era devido aos médicos. “Esse esquema enriquece o regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram terem sido explorados pelo regime cubano”, afirma o documento.

Atualmente, Kleiman é diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. A investigação do governo Trump sobre a OPAS e seu papel no “Mais Médicos” começou no primeiro mandato de Trump. Em 2020, Mike Pompeo, então secretário de Estado, já havia exigido esclarecimentos da OPAS sobre seu envolvimento, acusando-a de “facilitar o trabalho forçado”. Pompeo também avisou que a administração Trump cobraria prestações de contas de todas as organizações internacionais de saúde que dependem de recursos americanos.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, comemorou a decisão, afirmando que a medida é um recado claro: ninguém está imune. “Mais cedo ou mais tarde, todos os que contribuírem para sustentar esses regimes responderão pelo que fizeram”, disse ele.

O “Mais Médicos”, criado em 2013 pelo governo Dilma Rousseff, visava levar médicos a áreas carentes. Mas, na época, sofreu críticas por permitir a atuação de médicos estrangeiros, principalmente cubanos, por meio de uma parceria com a OPAS. No governo Bolsonaro, o programa foi renomeado para “Médicos pelo Brasil”, e a participação cubana encerrada em 2018. Hoje, o programa conta com cerca de 24.700 médicos em 4.200 municípios. Em julho de 2025, 3.173 médicos iniciaram atividades em 1.618 municípios e 26 DSEIs.

Vale lembrar que em julho, os EUA já haviam revogado os vistos de Alexandre de Moraes, ministro do STF, e de outros sete ministros: Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora. O presidente Lula manifestou seu apoio aos ministros, chamando a medida de “arbitrária e sem fundamento”. Acho que essa história tá longe de acabar.

Fonte da Matéria: g1.globo.com