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** EUA exigem caução de até US$ 15 mil para vistos; Brasil está fora (por enquanto)

** Os Estados Unidos anunciaram, na terça-feira (5), um programa piloto que exige caução de até US$ 15 mil (cerca de R$ 82 mil) para vistos de trabalho e turismo. A princípio, só Zâmbia e Malaui estão na lista, divulgada pelo Departamento de Estado. Mas, calma! O governo Trump avisou que pode aumentar o número de países no futuro. O Brasil, por enquanto, escapou dessa, mas ninguém garante que vai ficar assim pra sempre. Ainda não há informações sobre a possibilidade de incluirmos o país nesse programa.

Essa novidade, anunciada na segunda (4), é um projeto-piloto que, segundo Washington, visa frear a entrada ilegal de estrangeiros nos EUA. A ideia é simples: o visitante só recupera a grana depois de deixar o país dentro do prazo do visto. O programa começa em duas semanas e fica em teste por 12 meses. Ele afeta os vistos B-1 (negócios temporários, tipo reuniões e conferências) e B-2 (turismo, lazer ou tratamento médico).

Segundo o comunicado oficial, o programa atinge países com “altas taxas de permanência ilegal e informações de triagem e verificação deficientes”. O Departamento de Estado explicou que vai anunciar os países afetados no site Travel.State.Gov com, pelo menos, 15 dias de antecedência. E detalhe: a lista pode mudar durante o período de teste, com 15 dias de aviso prévio para cada alteração.

Os agentes consulares terão três opções de valores para a caução: US$ 5.000, US$ 10.000 ou US$ 15.000. Mas, na prática, a expectativa é que a maioria exija, no mínimo, US$ 10.000. Olha só, em novembro de 2020, os EUA já tinham tentado implementar algo parecido. Na época, 24 países estavam na mira, incluindo Afeganistão, Angola, Butão, Burkina Faso, Birmânia, Burundi, Cabo Verde, Chade, República Democrática do Congo, Djibuti, Eritreia, Gâmbia, Guiné-Bissau, Irã, Laos, Libéria, Líbia, Mauritânia, Papua-Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Sudão, Síria e Iêmen. Mas, por causa da pandemia de Covid-19 e da redução das viagens internacionais, o plano foi engavetado.

Agora, o Departamento de Estado diz que esse novo piloto, em parceria com o Departamento de Segurança Interna, é uma resposta à ordem executiva 14.159, assinada por Donald Trump, batizada de “Protegendo o Povo Americano Contra a Invasão”. Ufa!

**Vale lembrar:** Em abril, o governo americano anunciou também a venda dos “Gold Cards”, ou “Cartões Dourados”, um visto que custa US$ 5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) e abre caminho para a cidadania americana para imigrantes ricos. Em fevereiro, Trump já havia dito que queria atrair estrangeiros com poder aquisitivo para investir e gerar empregos nos EUA. Na época, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, disse que o Gold Card substituiria o programa EB-5, conhecido por ter muitas fraudes e conceder residência permanente a preços baixos. O EB-5 permite que estrangeiros solicitem residência permanente se criarem empregos para americanos ou investirem em empreendimentos no país.

O governo americano afirma que a venda dos Gold Cards ajudará a reduzir o déficit financeiro do país, atrair mão de obra qualificada e novos investimentos estrangeiros. Porém, programas semelhantes na Europa já foram suspensos ou restringidos por causa de preocupações com segurança interna e lavagem de dinheiro. A pergunta que fica no ar: será que o Gold Card vai facilitar a entrada de oligarcas russos nos EUA? Trump, em resposta a jornalistas, disse: “Sim, possivelmente. Eu conheço alguns oligarcas russos que são pessoas muito boas”.

Fonte da Matéria: g1.globo.com