Sexta-feira, 18 de [mês], rolou um mega acordo entre os EUA e a Venezuela: uma troca de prisioneiros histórica, com a mão amiga do presidente de El Salvador, Nayib Bukele. Olha só que situação!
De um lado, 252 venezuelanos que tinham sido deportados dos EUA em março e estavam há quatro meses no Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot), uma prisão de segurança máxima em El Salvador, voltaram pra casa. Isso mesmo, repatriados! A gente fala deles mais pra frente.
Em contrapartida, o governo de Nicolás Maduro soltou dez cidadãos americanos, além de um número não revelado de venezuelanos considerados presos políticos pelos EUA. Ufa! Foram semanas de negociações tensas, viu?
**Os venezuelanos em El Salvador: um pesadelo de quatro meses**
Esses 252 venezuelanos? Eles foram parar em El Salvador após um acordo entre Trump e Bukele. Muitos foram acusados de ligação com o Trem de Aragua, uma organização criminosa, mas famílias, advogados e ativistas gritam: provas, cadê? Acusações arbitrárias, segundo eles.
Em depoimentos na Telesur, alguns contaram um horror: “Fomos sequestrados por quatro meses sem comunicação!”, desabafou um deles no avião de volta. Outro completou: “Não sabíamos nem que dia era!”. Dormiam em placas de metal e levavam surras várias vezes por dia. Meu Deus!
A mãe de Óscar González Pineda, um instalador de azulejos e carpetes detido em Dallas, Texas, contou à BBC que o filho não tinha nada a ver com o Trem de Aragua. Ela tá aliviada com o retorno dele.
O governo americano justificou as deportações usando a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, que permite deter e deportar cidadãos de países “inimigos” em tempos de guerra, sem o devido processo legal. É tenso, né?
Bukele, por sua vez, insistiu que todos estavam envolvidos em crimes como assassinato, estupro e roubo, mas provas concretas, zero. Muitos foram presos em suas casas ou empregos nos EUA e mandados pra El Salvador em voos do governo Trump. Tatuagens, segundo autoridades americanas, eram um dos indícios de ligação com gangues. Mas, segundo documentos e familiares, vários tinham residência legal nos EUA, sem antecedentes criminais, e nem sequer puderam se defender da deportação. Organizações de direitos humanos denunciam as condições desumanas da prisão salvadorenha. Famílias reclamam que a ligação com gangues foi inferida apenas por tatuagens ou outras características físicas.
**Os libertados na Venezuela: presos políticos ou criminosos comuns?**
Além dos dez americanos, Caracas soltou um número indefinido de venezuelanos considerados presos políticos pelos EUA e ONGs de direitos humanos. O Secretário de Estado, Marco Rubio, disse que eles eram opositores ao governo Maduro. Bukele falou em “80 venezuelanos libertados”. Já o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela classificou-os como indivíduos processados por crimes comuns e atos contra a ordem constitucional.
Diosdado Cabello, ministro do Interior da Venezuela, confirmou a libertação do ex-deputado Williams Dávila, dizendo que a iniciativa fez parte de uma negociação em andamento, com a mediação de José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente da Espanha, em busca da paz. O filho de Dávila celebrou a notícia nas redes sociais.
O Comitê para a Libertação de Presos Políticos (Clipp) também confirmou a libertação de vários presos políticos, inicialmente 14, depois ampliado para 28, detidos em Tocorón e El Helicoide.
**Os americanos de volta para casa: histórias de sofrimento e alívio**
Uma foto dos dez americanos libertados foi divulgada. A ONG Global Reach confirmou as identidades. Entre eles, Lucas Hunter, um cidadão americano e francês detido em janeiro enquanto praticava windsurf na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela; e Wilbert Joseph Castañeda Gómez, suboficial da Marinha dos EUA, preso em Caracas em agosto. A família de Lucas disse que ele foi forçado a cruzar a fronteira e preso pelas autoridades venezuelanas em território colombiano. A família de Castañeda disse que ele foi preso sem justa causa e usado como moeda de troca. Fontes oficiais americanas afirmam que ele estava em viagem pessoal, não em missão oficial.
A Newsweek mencionou outros libertados: Jorge Marcelo Vargas (304 dias preso), Renzo Castillo (299 dias), Jonathan Pagan González e Fabian Buglione Reyes (preso em outubro). Maduro afirma que cometeram crimes graves, enquanto Washington os considera presos políticos ou detidos injustamente.
Apesar da troca, não se espera mudanças nas sanções dos EUA à Venezuela, nem o restabelecimento das relações diplomáticas. Ainda há muito caminho pela frente.
Fonte da Matéria: g1.globo.com