A Embraer anunciou uma jogada ousada nesta terça-feira (5): investir até US$ 500 milhões na produção do KC-390 nos Estados Unidos, caso o país compre o avião cargueiro. A ideia? Acabar de vez com as tarifas de exportação! Olha só: a empresa também vai injetar mais US$ 500 milhões nos próximos cinco anos para expandir suas instalações na Flórida. Uma baita aposta!
Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer, explicou que essa iniciativa pode gerar 2.500 empregos americanos. Na real, ele chamou a produção nos EUA de “oportunidade de investimento local para a tarifa retornar a zero”. “Estamos em conversas avançadas com um parceiro importante nos EUA para esse projeto”, disse Neto, “e continuamos acreditando firmemente no retorno à política de tarifa zero para a indústria aeroespacial global”.
Apesar dos aviões civis brasileiros estarem isentos da tarifa adicional de 40% (que eleva a taxa para 50% sobre produtos brasileiros nos EUA), Neto afirma que a tarifa americana de 10% (em vigor desde abril) “continua sendo uma grande preocupação”. Isso pesa, viu?
O segundo trimestre de 2025 trouxe um resultado negativo para a Embraer: um prejuízo líquido de R$ 53,4 milhões. Isso contrasta bastante com o lucro de R$ 415,7 milhões registrado no mesmo período de 2024, mesmo com um aumento de cerca de 31% nas receitas. Ainda assim, a empresa mantém suas projeções: receita total entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões para o ano, margem Ebit ajustada entre 7,5% e 8,3%, e fluxo de caixa livre ajustado de pelo menos US$ 200 milhões.
“Até agora, já sentimos 20% do impacto das tarifas no nosso fluxo de caixa – e por isso esperamos um impacto ainda maior no segundo semestre. Daí o Ebit mais moderado, só para reafirmar nossas projeções”, explicou Neto.
Apesar do prejuízo, a Embraer bateu recorde de receita no segundo trimestre de 2025: R$ 10,3 bilhões, um crescimento de 30,9% em relação ao mesmo período de 2024. Impressionante! A empresa também reiterou suas previsões de entregas de aeronaves para este ano: entre 77 e 85 aeronaves comerciais e entre 145 e 155 jatos executivos.
Sobre o KC-390, vale lembrar que o projeto nasceu em 2009, com a contratação da Embraer pela Força Aérea Brasileira (FAB). Hoje, 11 países, incluindo Brasil, Portugal e Coreia do Sul, já o escolheram. Esse avião cargueiro é um verdadeiro gigante: transporta até 26 toneladas a 870 km/h, consegue operar em pistas precárias e sua fuselagem permite o transporte de cargas de grandes dimensões, com acesso pela rampa traseira. Ah, e ele também pode ser reabastecido em voo! Sem dúvida, o maior avião já produzido no Brasil.
Fonte da Matéria: g1.globo.com