** Rumores quentes nos EUA e na Europa! Dizem que, numa cúpula no Alasca em 15 de agosto de 2025, Putin e Trump teriam fechado um acordo: a Ucrânia cederia Donetsk e Luhansk à Rússia. Será que Kiev *tá* mesmo obrigada a aceitar? A gente ainda não sabe ao certo, mas a conversa já tá pegando fogo por lá.
Putin, segundo a agência Reuters, tá exigindo a retirada completa das forças ucranianas do Donbas pra acabar com a guerra. E não para por aí, não! Ele também quer garantias de que a Ucrânia não vai entrar na OTAN e nem receber tropas ocidentais em seu território. Em troca, ele promete suspender os combates no resto da linha de frente, principalmente em Kherson e Zaporizhzhia, onde a Rússia também ocupa áreas consideráveis. Olha só a situação!
Mas, afinal, o que *é* o Donbas? É uma região no leste da Ucrânia, formada por Donetsk e Luhansk. Historicamente ligada à Rússia, sempre foi um importante centro industrial e minerador desde o século XIX. Desde 2014, virou palco de um conflito pesado entre Moscou e Kiev, tudo por causa da Revolução da Praça Maidan, que derrubou o presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich, e da anexação da Crimeia pela Rússia. Além da importância econômica, o Donbas tem um valor estratégico enorme: conecta a Rússia à Crimeia e é crucial para a defesa ucraniana.
**Donetsk e Luhansk: ucranianas, mas com forte influência russa**
Putin sempre bateu muito nessa tecla: Donetsk e Luhansk têm laços históricos fortíssimos com a Rússia, um legado direto da União Soviética. Só que, segundo a Constituição ucraniana, essas regiões são, e sempre foram, ucranianas. Isso era verdade até mesmo na era soviética, viu? A Crimeia, por exemplo, só foi transferida da Rússia pra Ucrânia em 1954, pelo Nikita Khrushchev – uma decisão que ainda gera muita controvérsia na Rússia. Já Donetsk e Luhansk fazem parte da Ucrânia desde a fundação da República Socialista Soviética da Ucrânia, em 1919.
Apesar disso, a influência russa no Donbas sempre foi muito forte. No século XIX e na era soviética, a região se tornou um polo industrial riquíssimo em minerais. Com o crescimento da mineração de carvão e das indústrias siderúrgica e química, muita gente da União Soviética, principalmente da Rússia, migrou pra lá atrás de trabalho. Mesmo antes de 2014, a maioria da população falava russo.
Essa parte do leste ucraniano sempre se manteve próxima da Rússia, enquanto o oeste do país buscava laços mais estreitos com a União Europeia. Yanukovich, o ex-presidente apoiado pelo Kremlin, nasceu em Donetsk e tinha seu maior apoio político na região.
**O Donbas e a guerra desde 2014**
Com a queda de Yanukovich após a Revolução da Praça Maidan em 2014, o Donbas se tornou um foco de tensão entre Moscou e Kiev. A Rússia anexou a Crimeia e a agitação se espalhou pelo leste da Ucrânia. Milícias apoiadas pela Rússia declararam as “repúblicas populares” de Donetsk e Luhansk. Moscou apostou em um apoio massivo da população de língua russa, mas se enganou. A guerra separatista foi amplamente rejeitada. Nas eleições presidenciais de 2019, Volodymyr Zelensky venceu com ampla margem, até mesmo nas áreas do leste ainda sob controle de Kiev. Zelensky, que cresceu falando russo, conseguiu apoio popular com sua política de buscar a paz sem abrir mão da soberania ucraniana.
No início da invasão russa em fevereiro de 2022, o Donbas era central nos planos de Putin. Em um discurso na TV, ele justificou a “operação militar especial” alegando um pedido de ajuda das “repúblicas” de Donetsk e Luhansk e um suposto “genocídio” contra russofalantes no leste da Ucrânia – alegações sem provas até hoje.
**A importância geopolítica do sudeste da Ucrânia**
Atualmente, toda a região de Luhansk e cerca de 70% de Donetsk estão sob controle russo – cerca de 88% do Donbas. Mais de quatro milhões de pessoas vivem nessas áreas, ricas em carvão, minério e, acredita-se, em lítio, cobalto, titânio e terras raras. As duas regiões são importantes para a Rússia porque conectam o país à Crimeia, hoje acessível apenas pela Ponte de Kerch. Se a Rússia controlasse o Donbas e mantivesse o controle de Zaporizhzhia e Kherson, a Crimeia teria acesso terrestre à Rússia, isolando a Ucrânia do Mar de Azov.
**O cinturão fortificado ucraniano**
Para a Ucrânia, o Donbas não é importante só economicamente. Nas áreas sob seu controle, Kiev construiu um cinturão fortificado, sua principal linha de defesa contra um avanço russo para o centro do país. Cidades como Kramatorsk, Slavyansk e Kostyantynivka são cruciais nessa defesa. Perder esse cinturão significaria deixar as planícies ucranianas vulneráveis a uma nova ofensiva.
Zelensky não pode simplesmente abandonar o Donbas sem garantias de segurança. Além disso, seria extremamente impopular: pesquisas indicam que cerca de 75% dos ucranianos rejeitam a cessão de qualquer território à Rússia. A Constituição ucraniana também impede tal concessão.
Em resumo, a disputa pelo Donbas é muito mais do que uma questão territorial; ela envolve questões históricas, estratégicas e políticas de enorme peso.
Fonte da Matéria: g1.globo.com