Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Notícias

Dólar sobe após EUA iniciarem investigação contra o Brasil; Ibovespa cai

Nesta quarta-feira (15), por volta das 12h10, o dólar disparou 0,07%, chegando a R$ 5,5619. A tensão? A ofensiva do presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil. Olha só: o Ibovespa também sentiu o impacto, caindo 0,53% e atingindo 134.534 pontos.

Na terça-feira à noite, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) anunciou uma investigação comercial contra o Brasil. A justificativa? Corrigir práticas comerciais consideradas desleais. A lei permite, inclusive, a aplicação de tarifas ou sanções. O documento, no entanto, mistura alegações comerciais e políticas, justificando uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Sem provas, o texto acusa o Brasil de práticas abusivas.

Enquanto isso, por aqui, o vice-presidente Geraldo Alckmin tá reunido com empresários afetados pelas tarifas. A ideia é discutir a crise e buscar soluções. Entre os participantes, representantes da indústria e Abrão Neto, presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).

Outro ponto crucial: o impasse sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A audiência de conciliação no STF terminou sem acordo. Agora, a decisão de manter ou não o decreto presidencial de Lula fica com o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

A pesquisa Quaest, divulgada hoje, mostra uma alta na aprovação do governo Lula, que chegou a 43%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Felipe Nunes, diretor do instituto, acredita que o embate com Trump ajudou a melhorar a popularidade do presidente. Além disso, economistas analisam os dados de inflação dos EUA. O índice de preços ao produtor (PPI) ficou estável em junho, com alta anual de 2,3%, abaixo do esperado.

**Vamos aos números:**

* **Dólar:**
* Acumulado na semana: +0,18%
* Acumulado no mês: +2,29%
* Acumulado no ano: -10,06%

* **Ibovespa:**
* Acumulado na semana: -0,58%
* Acumulado no mês: -2,60%
* Acumulado no ano: +12,44%

**A Investigação dos EUA:**

A pedido de Trump, o USTR iniciou a investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. Essa lei permite investigar práticas estrangeiras consideradas desleais ao comércio americano. É uma forma de pressão internacional para proteger os interesses dos EUA. O embaixador Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, afirmou que a investigação se deve aos “ataques do Brasil contra empresas americanas de mídia social, bem como outras práticas comerciais desleais”. O documento cita “ataques contínuos” e práticas que “restringem o acesso de exportadores americanos ao mercado brasileiro há décadas”.

**A resposta brasileira:**

Após reuniões com empresários, Alckmin declarou que o governo não pretende pedir o adiamento das tarifas. A aposta é na diplomacia e no diálogo com os EUA. A expectativa é que a pressão de empresários americanos possa influenciar Trump. Alckmin terá novas reuniões nesta quarta com câmaras de comércio e representantes de diversos setores.

**Avaliação do governo Lula:**

A pesquisa Quaest aponta uma recuperação na popularidade de Lula. A aprovação subiu para 43%, enquanto a desaprovação caiu para 53%. A melhora foi mais significativa no Sudeste, entre pessoas com ensino superior e com renda entre dois e cinco salários mínimos. Segundo Nunes, a mudança não ocorreu entre os mais ricos ou mais pobres, mas sim na classe média. A pesquisa também revela que 72% acham Trump errado e 79% creem que as tarifas prejudicarão suas vidas.

**Sem acordo sobre o IOF:**

A audiência no STF sobre o aumento do IOF terminou sem acordo. Executivo e Congresso mantiveram suas posições. O PL e o PSOL pediram a inconstitucionalidade do decreto. A decisão final fica com o ministro Alexandre de Moraes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera uma decisão rápida e equilibrada.

**Indicadores econômicos:**

Nos EUA, o PPI ficou estável em junho, com aumento anual de 2,3%. A economista Andressa Durão, do ASA, observa um aumento nos preços de eletrodomésticos e equipamentos domésticos, indicando repasse de custos adicionais devido às tarifas. A produção industrial americana aumentou 0,1% em junho. Os dados reforçam a expectativa de que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%. Juros mais altos nos EUA podem atrair investimentos para títulos do Tesouro americano, fortalecendo o dólar e, possivelmente, aumentando a inflação e os juros no Brasil. *Com informações da Reuters.*

Fonte da Matéria: g1.globo.com