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Dólar sobe a R$ 5,47 com tarifas de Trump e ata do Fed em foco; Ibovespa cai

O dólar começou a quarta-feira (9) em alta, subindo 0,28% e chegando a R$ 5,4605 por volta das 11h. No pico do dia, chegou a R$ 5,4765. Ontem, a moeda americana havia fechado com queda de 0,59%, cotada a R$ 5,4453. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operava com queda de 0,73% no mesmo horário, aos 138.282 pontos, após fechar em 139.303 pontos na terça, com baixa de 0,13%.

A movimentação nos mercados é reflexo de vários fatores. Olha só: as novas tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, estão no centro das atenções. Na segunda-feira (7), Trump notificou 14 países sobre a cobrança de tarifas de 25% a 40% a partir de agosto. E, acredite, ele prometeu mais cartas com novas tarifas ainda hoje!

Além disso, Trump prorrogou até agosto a volta das chamadas “tarifas recíprocas”, que atingiam mais de 180 países. A previsão inicial era que voltassem a vigorar hoje. Mas, apesar do adiamento, os mercados não se acalmaram. A preocupação? Essas taxas podem inflacionar a economia americana e forçar o Federal Reserve (Fed) a manter os juros altos por mais tempo, impactando a economia global.

E tem mais! Os investidores aguardam ansiosamente a ata da última reunião do Fed, em junho. A expectativa é que o documento traga informações cruciais sobre o futuro da política de juros nos EUA, principalmente considerando a economia americana ainda aquecida.

No Brasil, a situação também influencia o mercado. A reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros do governo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, ontem, para discutir alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), é um dos pontos de atenção.

**Resumo dos impactos:**

* **Dólar:** Acumulado na semana: +0,39%; Acumulado no mês: +0,22%; Acumulado no ano: -11,88%.
* **Ibovespa:** Acumulado na semana: -0,58%; Acumulado no mês: +0,32%; Acumulado no ano: +15,81%.

**O tarifaço de Trump:** Desde o início da semana, Trump tem enviado cartas a líderes mundiais, impondo tarifas mínimas para negociações comerciais com os EUA. As cartas já enviadas, com alíquotas entre 25% e 40% a partir de 1º de agosto, demonstram, segundo Trump, a “força e o compromisso” dos EUA, apesar do déficit comercial. Mas, na real, isso reacende o medo de uma alta da inflação global, já que aumenta os custos de produção e, consequentemente, os preços ao consumidor. Esse cenário pode forçar o Fed a manter os juros altos por mais tempo, fortalecendo o dólar e impactando outros países.

O adiamento do tarifaço, anunciado na segunda-feira, não acalmou os mercados. A maioria dos países ainda tenta evitar as novas taxas (que podem variar de 10% a 50%), e os poucos acordos firmados até agora (Reino Unido e Vietnã) não são suficientes para tranquilizar ninguém. A União Europeia, por exemplo, ainda negocia para evitar sobretaxas em setores importantes.

**Nova ofensiva contra os BRICS:** Trump também anunciou uma tarifa de 10% para os países do BRICS, alegando que o bloco estaria tentando prejudicar os EUA e substituir o dólar como moeda global. Em resposta, o presidente Lula afirmou a soberania dos países do BRICS e sua defesa do multilateralismo. Essa ameaça aumenta o risco de retaliações e preocupa os mercados com um novo ciclo de tensões comerciais.

**E os juros?** Com a inflação americana em foco, a ata da última reunião do Fed é aguardada com ansiedade. Analistas da XP acreditam que o Fed esperará até setembro para avaliar o impacto das tarifas na inflação antes de reduzir os juros, contrariando as pressões de Trump por cortes imediatos. A relação conturbada entre Trump e o presidente do Fed, Jerome Powell, também influencia o cenário.

**IOF no Brasil:** Por fim, no Brasil, as atenções se voltam para o impasse sobre o IOF. A reunião entre Haddad e Motta foi considerada “boa” para retomar o diálogo, mas sem definição sobre o decreto que elevou as alíquotas do imposto. Novos encontros estão previstos antes da audiência de conciliação no STF, onde o ministro Alexandre de Moraes suspendeu simultaneamente os decretos sobre o IOF.

*Com informações da Reuters.*

Fonte da Matéria: g1.globo.com