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Dólar oscila; Bolsa cai após decisão do BCE e incertezas comerciais com os EUA

O dólar apresentou forte oscilação nesta quinta-feira (24), fechando o dia com leve queda de 0,03%, cotado a R$ 5,5204, por volta das 13h40. A movimentação nos mercados financeiros foi intensa, reflexo da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e, principalmente, das incertezas em torno da guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Olha só, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, acompanhou a tendência negativa, registrando queda de 0,93%, aos 134.114 pontos, no mesmo horário.

A expectativa em relação aos acordos comerciais dos EUA com seus parceiros comerciais continua a dominar o cenário. Investidores aguardam ansiosamente o desfecho das negociações entre Trump e a União Europeia (UE). Diplomatas informaram à imprensa internacional que um novo acordo está próximo, prevendo tarifas de 15% para o bloco europeu. Se concretizado, este será o quarto acordo fechado pelos EUA desde que Trump iniciou sua ofensiva tarifária. Essa semana, foram anunciados acordos com o Japão – considerado por Trump como o “maior da história” – e com as Filipinas.

Porém, a situação do Brasil é bem diferente. A falta de progresso nas negociações com os EUA levou o Itamaraty a criticar duramente as tarifas impostas por Trump na quarta-feira, classificando-as como “arbitrárias” e “caóticas” em pronunciamento na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo o blog do Valdo Cruz, o presidente Lula (PT) afirmou que não existe um canal de comunicação direto com Trump. As conversas, segundo ele, ocorrem em nível diplomático, mas não chegam à Casa Branca. Isso é preocupante, né?

No âmbito econômico, a decisão do BCE de manter as taxas de juros inalteradas foi o principal destaque do dia. A decisão veio em meio às incertezas geradas pela guerra comercial de Trump. Além disso, dados da indústria e dos serviços da zona do euro e dos EUA, informações sobre o mercado de trabalho americano e a arrecadação tributária federal brasileira em junho também influenciaram os mercados.

**Números da semana:**

**Dólar:**

* Acumulado na semana: -1,17%
* Acumulado no mês: +1,63%
* Acumulado no ano: -10,64%

**Ibovespa:**

* Acumulado na semana: +1,49%
* Acumulado no mês: -2,51%
* Acumulado no ano: +12,54%

**As Negociações Tarifárias:**

Apesar do prazo final de 1º de agosto se aproximar, poucos países conseguiram fechar acordos com os EUA. Na terça-feira, Trump anunciou acordos com o Japão e as Filipinas, mas muitas negociações ainda estão em andamento. As tratativas entre Trump e a UE são cruciais. Diplomatas afirmaram ao jornal britânico “Financial Times” que as conversas estão avançando, apontando para uma tarifa de 15% para a UE. Já nesta quinta-feira, os países membros da UE aprovaram a possibilidade de impor tarifas sobre 93 bilhões de euros em produtos americanos, caso um acordo não seja alcançado até 1º de agosto.

No acordo com o Japão, Trump o chamou de “gigantesco”, afirmando benefícios mútuos. O Japão abrirá seus mercados e pagará uma tarifa de 15% sobre produtos exportados aos EUA. Com as Filipinas, a tarifa ficou em 19%, redução em relação aos 20% inicialmente anunciados por Trump, enquanto os EUA não pagarão tarifas. Em publicação no Truth Social, Trump destacou a cooperação militar e elogiou o presidente filipino como um “negociador muito bom e rigoroso”.

**Lula x Trump:**

O progresso dos EUA com outros países contrasta com a situação brasileira, que ainda não obteve avanços significativos. Investidores aguardam ansiosamente por sinais do governo brasileiro sobre como pretende lidar com a situação – seja por meio de negociação ou retaliação. Lula declarou a interlocutores que não há comunicação direta com Trump, apenas conversas em nível diplomático que não chegam à Casa Branca. Assessores presidenciais afirmam que Trump pretende “punir” o Brasil, o que aumenta o pessimismo sobre a possibilidade de reversão do “tarifaço”.

**O Fed ainda em pauta:**

Os conflitos entre Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, continuam a afetar os mercados. Trump voltou a criticar Powell na quarta-feira, pedindo juros mais baixos nos EUA. Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o governo não tem pressa para substituir Powell, cujo mandato termina em maio de 2026, mas permanece no Fed até janeiro de 2028. A Casa Branca informou que Trump visitará o Fed nesta quinta-feira.

**Agenda Econômica:**

O principal ponto da agenda econômica foi a decisão de política monetária do BCE, que manteve as taxas de juros inalteradas após oito cortes de 0,25 ponto percentual no último ano. A decisão reflete as incertezas causadas pelo “tarifaço” de Trump, enquanto as negociações entre EUA e UE seguem. O BCE descreveu a economia como resiliente, apesar do cenário global desafiador.

Dados da S&P Global mostraram aceleração da atividade empresarial nos EUA em julho, mas com aumento de preços, indicando possível aceleração da inflação no segundo semestre. Na zona do euro, a atividade empresarial também acelerou mais que o esperado. No mercado de trabalho americano, os pedidos de auxílio-desemprego caíram, enquanto as vendas de imóveis ficaram abaixo do esperado. No Brasil, a arrecadação federal em junho atingiu R$ 234,6 bilhões, recorde histórico para o mês, com alta real de 6,62% em relação a junho de 2022.

*Com informações da agência de notícias Reuters.

Fonte da Matéria: g1.globo.com