O dólar abriu em queda nesta terça-feira (15), caindo 0,32% e sendo negociado a R$ 5,5660 às 9h33. O Ibovespa, a principal bolsa brasileira (B3), iniciaria suas operações somente às 10h. Essa baixa acontece após um dia agitado: na segunda, a moeda americana fechou em alta de 0,65%, atingindo R$ 5,5837 – seu maior valor em mais de um mês. O Ibovespa também sofreu, com queda de 0,65%, fechando em 135.299 pontos.
A situação é tensa. Investidores acompanham de perto a resposta brasileira às novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que elevou em 50% os impostos sobre produtos brasileiros. Geraldo Alckmin, vice-presidente, se reuniu com empresários para discutir a crise, e o governo, olha só, publicou o decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica.
A instabilidade não se limita ao Brasil, não. Lá fora, Trump continua mexendo no tabuleiro comercial. Ontem, ele ameaçou tarifas de até 100% contra a Rússia, caso não haja um acordo de paz na guerra com a Ucrânia. No fim de semana, foram taxas de 30% contra o México e a União Europeia, que tentam negociar uma solução.
Dados da China e dos EUA também influenciam o mercado. O PIB chinês cresceu 5,2% no segundo trimestre, mostrando uma resiliência surpreendente diante das tarifas americanas. Já nos EUA, dados de inflação, que devem refletir o impacto das tarifas, serão divulgados hoje. Aqui no Brasil, ainda tem a audiência de conciliação no STF sobre o IOF, marcada para as 15h, que gera incerteza. O governo a defende como justiça tributária, enquanto o Congresso critica o aumento de impostos sem cortes de gastos. Uma situação, no mínimo, complicada.
**Resumo dos números:**
* **Dólar:**
* Acumulado na semana: +0,65%
* Acumulado no mês: +2,76%
* Acumulado no ano: -9,64%
* **Ibovespa:**
* Acumulado na semana: -0,58% /-0,66% (divergência nos dados fornecidos no texto original)
* Acumulado no mês: -2,57%
* Acumulado no ano: +12,48%
**Brasil busca resposta ao “tarifaço”**
Alckmin liderou reuniões com representantes da indústria e do agronegócio para discutir a resposta brasileira às medidas de Trump. A medida americana impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. O governo Lula criticou a decisão, considerando-a uma retaliação política, motivada por críticas de Trump ao STF e em defesa de Jair Bolsonaro.
Essas reuniões fazem parte do trabalho de um comitê interministerial, que inclui o MDIC, a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e o Itamaraty. O objetivo é avaliar os impactos e definir contramedidas. A Lei de Reciprocidade Econômica é uma opção, e seu decreto regulamentador foi publicado nesta terça. Ele define procedimentos para a suspensão de “concessões comerciais, de investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual” em resposta a ações unilaterais que prejudiquem a competitividade brasileira. Trump, porém, avisou que qualquer retaliação brasileira só aumentará as tarifas americanas.
**Trump e as tarifas globais:**
Na semana passada, Trump prorrogou até 1º de agosto a trégua tarifária iniciada em abril, mas enviou notificações de mudanças tarifárias a vários países. O México e a União Europeia receberam taxas de 30%. A União Europeia, por sua vez, estendeu a suspensão de suas medidas em resposta, buscando uma solução negociada. Além disso, Trump ameaçou a Rússia com tarifas de “cerca de 100%” caso não haja um acordo de paz na Ucrânia em 50 dias.
Essa escalada tarifária preocupa os mercados, pois pode aumentar custos de produção e inflação globalmente, forçando o Fed a manter os juros altos por mais tempo, o que fortaleceria o dólar e impactaria taxas de juros em outros países.
A China, por sua vez, mostrou resiliência, com um PIB que cresceu 5,2% no segundo trimestre, superando as expectativas. Mas analistas preveem um crescimento mais fraco no segundo semestre.
**Crise do IOF:**
Uma audiência de conciliação no STF vai discutir a crise do IOF. Em maio, o governo aumentou o imposto, mas o Congresso derrubou a medida em junho. Moraes suspendeu os decretos relacionados e convocou a audiência. O governo defende a medida como justiça tributária, enquanto o Congresso exige cortes de gastos antes de novos aumentos de impostos. Um impasse que certamente pesa no cenário econômico.
Fonte da Matéria: g1.globo.com