A moeda americana deu um mergulho nesta quinta-feira (3), fechando o dia cotada a R$ 5,41, após ter caído 0,74% na véspera, para R$ 5,4206. Olha só que diferença! Enquanto isso, a Bolsa brasileira, o Ibovespa, subiu 1,23%, atingindo 140.763 pontos – uma recuperação bacana depois da queda de 0,36% do dia anterior (139.051 pontos). A volatilidade marcou a movimentação do dólar ao longo do dia, com oscilações entre altas e baixas. Por volta das 12h15, a queda já era de 0,08%, com a cotação a R$ 5,4165.
A expectativa no mercado é enorme: todo mundo tá de olho na votação, na Câmara dos Deputados dos EUA, do polêmico pacote orçamentário do ex-presidente Donald Trump. Esse “megapacote”, como muitos o chamam, prevê cortes de impostos gigantescos e um aumento considerável nos gastos públicos. Isso, na real, deve inflar a dívida pública americana em US$ 3,3 trilhões na próxima década, um número assustador que aumenta a insegurança em relação à economia norte-americana.
Além do pacote de Trump, o mercado também está de olho no prazo de suspensão das tarifas impostas por ele, o famoso “tarifaço”. Os EUA negociaram com alguns parceiros, mas só fecharam três acordos até agora. O último, com o Vietnã, foi anunciado na quarta-feira. A situação tá tensa, viu?
No Brasil, a gente continua acompanhando o imbróglio do IOF. Depois do Congresso derrubar o projeto que aumentava o imposto, o presidente Lula defendeu, na quarta, a judicialização da questão, negando qualquer atrito com o Legislativo. A equipe econômica, porém, insiste na necessidade do aumento do IOF para fechar as contas em 2025. A queda na arrecadação e a resistência do Congresso podem, segundo o g1, resultar em novos cortes no orçamento.
E pra completar o cenário, o mercado acompanha diversos indicadores econômicos, nacionais e internacionais. Aqui no Brasil, a produção industrial caiu pelo segundo mês seguido em maio, segundo o IBGE. Nos EUA, o relatório ADP apontou o fechamento de 33 mil vagas no setor privado em junho, bem diferente da expectativa de abertura de 95 mil vagas. Isso aumenta a chance do Federal Reserve cortar os juros.
**Resumo dos acumulados:**
**Dólar:**
* Semana: -1,15%
* Mês: -0,24%
* Ano: -12,28%
**Ibovespa:**
* Semana: -0,58%
* Mês: +1,60%
* Ano: +15,60%
**O polêmico “One Big Beautiful Bill” de Trump:**
Aprovado pelo Senado na terça-feira (1º), o pacote orçamentário de Trump, apelidado de “One Big Beautiful Bill” (algo como “Um grande e belo projeto”), previa, antes da votação na Câmara, aumento de recursos para controle de imigração, mais verba para as Forças Armadas, cortes em programas sociais (principalmente na saúde), novas isenções fiscais e a revogação de incentivos à energia limpa implementados por Joe Biden. A proposta ainda mantinha os cortes de impostos de 2017 e reduzia recursos para programas como o Medicaid. O Escritório de Orçamento do Congresso estima um aumento de US$ 3,3 trilhões (cerca de R$ 18 trilhões) na dívida pública americana. A expectativa era de votação na Câmara na quarta-feira (2), com Trump querendo a sanção até o feriado de 4 de julho. Mike Johnson, presidente da Câmara, disse que tentaria cumprir o prazo.
**Tarifaço: a contagem regressiva:**
Com a estabilização da situação no Oriente Médio, o “tarifaço” de Trump voltou aos holofotes. A suspensão de 90 dias das tarifas está perto do fim, e o baixo número de acordos comerciais fechados preocupa. Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmaram que não haveria extensão do prazo. O Canadá cancelou um imposto sobre serviços digitais direcionados a empresas americanas, numa tentativa de destravar as negociações. A União Europeia, segundo a Reuters, quer alívio imediato em tarifas para setores estratégicos como condição para qualquer acordo. O mercado teme que o aumento das tarifas eleve os preços e a inflação, levando a uma desaceleração da economia americana ou até uma recessão global. Com isso, a política de juros do Federal Reserve fica em alerta. Jerome Powell, presidente do Fed, disse que a instituição quer “esperar e ver” os impactos das tarifas antes de cortar os juros, ignorando as pressões de Trump.
**IOF: o foco continua no Brasil:**
A derrubada do decreto que aumentava o IOF continua gerando debates acalorados. A equipe econômica estima uma perda de R$ 10 bilhões na arrecadação em 2024. Especialistas temem novos cortes no Orçamento de 2025. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, reiterou a necessidade do aumento do IOF para equilibrar as contas em 2026 e defendeu a aprovação da MP que aumenta tributos sobre apostas eletrônicas, criptoativos e fintechs, além de cortes em benefícios fiscais. Haddad minimizou a crise com o Congresso e Lula defendeu o recurso ao STF contra a derrubada do aumento do IOF, afirmando que, sem isso, não governaria o país. Jorge Messias, advogado-geral da União, afirmou que a derrubada do decreto pelo Congresso violou a separação de Poderes.
**Indicadores econômicos:**
A produção industrial brasileira caiu 0,5% em maio (IBGE), enquanto nos EUA, o setor privado teve um fechamento inesperado de 33 mil vagas em junho (Relatório ADP).
Fonte da Matéria: g1.globo.com