Enquanto algumas grandes empresas americanas, desde a chegada de Donald Trump à presidência em 2017, têm reduzido ou até mesmo cancelado seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), outras seguem o caminho contrário, ampliando as oportunidades para mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência e LGBTQIAPN+. E essa tendência, refletida nos EUA pelo g1 na sexta-feira, 4 de agosto, já mostra seus efeitos no Brasil.
A verdade é que a situação é bem complexa. Tem empresas que estão recuando, principalmente multinacionais que sofrem pressão de suas matrizes no exterior, evitando divulgar vagas afirmativas. Mas, olha só, há também um movimento consistente de empresas que estão abraçando a diversidade e a inclusão.
Especialistas consultados pelo g1 ressaltam que programas de DEI eficazes vão muito além da simples contratação. Precisa ter plano de carreira, mentoria, políticas internas sólidas e acompanhamento constante para garantir o crescimento profissional de todos os grupos minoritários. Afinal, qual a importância disso tudo?
Na real, esses programas são cruciais para reparar desigualdades históricas e promover a inclusão social no mercado de trabalho. Não é só uma questão de justiça social, viu? Para Natália Paiva, diretora do Movimento pela Equidade Racial (Mover), políticas de inclusão devem garantir que pessoas de grupos minoritários não só consigam empregos, mas também cheguem a posições de liderança, influenciando decisões importantes.
A representatividade faz toda a diferença! Traz benefícios sociais e financeiros, enriquecendo o ambiente de trabalho e promovendo um senso de pertencimento e autoconfiança. E, acredite, isso impacta diretamente nos resultados financeiros. Empresas diversas atraem mais talentos e têm uma reputação melhor, segundo Natália. “O que queremos é acelerar essa agenda de forma consistente e estruturada”, afirma ela.
Neiva Alves, da consultoria Carreira Preta, reforça que os avanços são reais, mesmo com a resistência de algumas empresas. Para ela, a presença de profissionais negros em cargos de liderança é muito mais do que um símbolo: “Ter pessoas pretas em grandes empresas, multinacionais… é uma representatividade para o nosso povo preto. É ver pessoas pretas em lugares onde antes não se via. Isso dá um conforto maior”, destaca Neiva.
Mas atenção: Juh Círico, pesquisadora da USP, lembra que contratar pessoas de grupos minoritários não é suficiente. É preciso garantir que elas permaneçam e cresçam na empresa. Ao aderir a esses programas, as empresas contribuem para romper barreiras históricas e promover a reparação social, oferecendo oportunidades e um senso de pertencimento a negros, indígenas, pessoas com deficiência, LGBTQIAPN+ e pessoas com mais de 60 anos.
**Histórias inspiradoras:**
* **Bianca Bastos**, coordenadora na Heineken, aos 27 anos, é um exemplo de sucesso impulsionado por ações afirmativas. Formada em psicologia com Prouni e Fies, ela construiu sua carreira na empresa, chegando a liderar uma equipe de quase 700 pessoas. Para ela, a representatividade inspira outras mulheres negras. “Eu me vejo nesse lugar de missão, de representatividade para deixar um legado. A tocha não pode ficar na minha mão, tem que ser passada”, afirma Bianca.
* **Niellen Santos**, coordenadora na Bayer, participou do programa de trainee para lideranças negras da empresa. Esse programa foi um divisor de águas na sua carreira, permitindo que ela liderasse um projeto estratégico e, hoje, coordene uma equipe diversa. “Me brilha o coração ter autonomia para compor um time com histórias que eu posso ajudar a transformar”, compartilha Niellen.
* **Maria Carolina Cardoso**, compradora na Prysmian, superou inseguranças iniciais sobre sua contratação por meio de um programa afirmativo, reconhecendo sua competência e o impacto positivo de sua presença como a única mulher negra retinta no departamento.
* **Mariana Alves**, analista de educação no Instituto Sonho Grande, contratada pela Carreira Preta, ressalta a importância de ambientes que valorizam a diversidade e a necessidade de legislações mais rigorosas para garantir a inclusão efetiva. “Não basta contratar. É preciso acompanhar, acolher e garantir que essas pessoas tenham as mesmas condições de crescimento”, enfatiza Mariana.
Em resumo, programas de diversidade não são apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente para o sucesso empresarial. Eles transformam vidas e fortalecem as empresas, criando ambientes mais inovadores e produtivos.
Fonte da Matéria: g1.globo.com