Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Notícias

Detonautas Lança EP “DVersões”: Uma Jornada Eclética Sem Rumos Definidos

O Detonautas, banda carioca conhecida por seu som rock, acaba de liberar o EP “DVersões”. E olha só, que surpresa! Em vez das canções autorais que a gente espera, o grupo se aventura em um repertório bem eclético, com regravações que vão do sertanejo ao manguebeat. Isso não é exatamente inédito no mundo da música, né? Afinal, bandas como Blitz (com o recente “Nudusoutros”), Barão Vermelho (em “Álbum”, de 1996) e Ira! (“Isso é Amor”, de 1999) já trilharam caminhos semelhantes. O Biquini, que surgiu na esteira da Blitz, também fez suas versões em “80” (2001) e em um álbum ao vivo em 2008.

Mas, na real, “DVersões” deixa uma sensação meio… estranha. O EP tem seis faixas, e a estratégia de marketing parece focada em “Um Sonhador”, sucesso de Leandro & Leonardo (1998), com a participação de Gustavo Mioto. A versão do Detonautas, com uma pegada blues, tá longe de ter a mesma energia que a original e a voz de Mioto, apesar do sucesso, não chega perto do carisma de Tico Santa Cruz.

Depois dessa, a banda investe numa versão de “Carta aos Missionários”, hit dos Uns e Outros (1989), uma regravação quase que um cover, tão próxima da original. Já “Segredos”, de Roberto Frejat (do álbum “Amor pra Recomeçar”, 2001), aparece em uma versão ao vivo, com a participação da plateia, e se destaca no EP, diferente das duas anteriores.

Aí a coisa muda de figura: o Detonautas mergulha no universo do Manguebeat com “Samba Makossa”, do primeiro álbum da Nação Zumbi (1994). Essa e as duas faixas seguintes foram gravadas ao vivo com o Maracatu Nação Erê, um grupo infantil de maracatu pernambucano. A inclusão de “Intro (Orixás)”, cantada pelo vocalista do Maracatu, e “A Praieira” (também da Nação Zumbi, 1994), deixa claro: o EP carece de uma unidade temática. Sinceramente, parece que faltou um fio condutor, sabe?

A impressão final é que “Um Sonhador” foi o carro-chefe do projeto, e as outras faixas acabaram sendo incluídas quase como um acréscimo. Não tem nada de errado em uma banda de rock fazer um disco de versões, mas “DVersões” se perde na falta de um conceito claro. Talvez agrade apenas aos fãs mais fiéis do Detonautas. No fim das contas, fica a dúvida: será que valeria a pena ter explorado um tema específico, ao invés dessa salada musical? A gente fica pensando…

Fonte da Matéria: g1.globo.com