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Deportando por engano, governo Trump prende novamente imigrante e ameaça enviá-lo à Uganda

Kilmar Abrego Garcia, o salvadorenho deportado erroneamente para El Salvador pelo governo Trump no início do ano e repatriado em junho, foi preso de novo. Aconteceu segunda-feira (25), após ele se apresentar ao ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) nos EUA. Olha só: o cara, que virou símbolo da política anti-imigração da era Trump, pode ser deportado *novamente*! Desta vez, a ameaça é Uganda ou Costa Rica, segundo agências de notícias.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, soltou os cachorros: declarou que o ICE tá conduzindo o processo de deportação e fez uma série de acusações fortíssimas contra Kilmar. Ela disse que Trump não vai deixar “esse imigrante ilegal, membro da MS-13, traficante de pessoas, agressor doméstico em série e predador de crianças continuar aterrorizando cidadãos americanos”. Uau! Só que, na real, a Justiça americana não encontrou provas que liguem Kilmar à MS-13. Acho que isso pesa bastante, né?

Em março, o governo Trump o deportou por engano para El Salvador. Depois de decisões judiciais, ele voltou em junho. Imaginem só: ele ficou preso numa megaprisão em El Salvador, comandada por Bukele, conhecida pelas condições terríveis. Ele relatou ter sofrido tortura. Depois de um tempo numa prisão no Tennessee, ele foi liberado na sexta-feira e voltou pra casa, em Maryland.

Na segunda, por volta das 7h30 (horário local) em Baltimore, Kilmar se entregou ao ICE, acompanhado da esposa e de apoiadores que gritavam “sim, é possível!” em espanhol. As imagens da Reuters mostram o quanto ele estava abalado. Antes de entrar no prédio, Kilmar disse: “Quando fui preso, eu sempre me lembrava dos momentos lindos com minha família, momentos de ir ao parque, de brincar no pula-pula com meus filhos. Esses momentos vão continuar me dando esperança para seguir nessa luta. Não perderemos a fé. A todas as famílias que foram separadas ou que já foram ameaçadas com separação familiar, este governo nos atingiu com força. Mas quero dizer uma coisa a vocês: nunca percam a esperança”. Me emocionei.

Segundo seus advogados, o governo Trump ofereceu a deportação para a Costa Rica, caso Kilmar se declarasse culpado por transportar imigrantes ilegais. Mas ele se declarou inocente. Agora, a defesa tenta um acordo para evitar Uganda, considerado “muito mais perigoso” segundo documentos judiciais. O governo de Uganda, aliás, confirmou um acordo com os EUA para receber imigrantes deportados por Trump.

A defesa também pediu ao juiz federal Waverly Crenshaw, de Nashville, que rejeite as acusações, alegando perseguição seletiva em retaliação à contestação da deportação anterior.

Kilmar já havia sido deportado apesar de uma decisão judicial de 2019 que o protegia da deportação para El Salvador por risco de perseguição por gangues. Ele foi trazido de volta em junho para responder a acusações criminais. O caso dele ganhou destaque porque, por meses, o governo Trump não fez nada para trazê-lo de volta, mesmo após o reconhecimento de um erro administrativo e uma ordem judicial determinando seu retorno. No mês passado, Crenshaw confirmou a libertação de Kilmar da prisão preventiva.

Kristi Noem, porém, insiste em chamá-lo de criminoso perigoso e infrator, usando termos como “monstro” e culpando “juízes liberais ativistas” pela sua soltura. A situação dele é, no mínimo, preocupante.

Fonte da Matéria: g1.globo.com