A situação tá feia para os agricultores americanos! Uma verdadeira calamidade, segundo eles mesmos. A queda nos preços das safras, combinada com as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump contra a China e outros países, mergulhou o setor em uma crise profunda. Olha só a imagem da plantação de trigo em Oklahoma, em junho de 2024 (REUTERS/Nick Oxford), dá pra ter uma ideia…
Em estados como Arkansas e Dakota do Norte, o clima é de desespero. Parlamentares, inclusive republicanos – que geralmente apoiam Trump – estão pressionando o governo federal por ajuda emergencial. “Os agricultores estão vivendo um dos piores momentos da história!”, desabafou o deputado republicano Glenn Thompson, da Pensilvânia, à Reuters. A coisa tá tão séria que já existem negociações com o Departamento de Agricultura e outras autoridades para um pacote de socorro ainda este ano, segundo quatro parlamentares ouvidos pela Reuters.
O senador republicano John Hoeven, da Dakota do Norte, quer um pacote semelhante ao de 2017, no primeiro mandato de Trump, quando o governo injetou US$ 23 bilhões para compensar as perdas causadas pela guerra comercial com a China. Mas, dessa vez, dizem os parlamentares, vai precisar ser bem mais do que isso para amenizar o impacto dessa crise.
No começo de setembro, quase 500 agricultores do Arkansas se reuniram com deputados republicanos estaduais. O desespero era visível: muitos temem não conseguir pagar os empréstimos bancários usados para comprar sementes. “A agricultura é uma roleta russa, sabe?”, explicou o fazendeiro Scott Brown à Reuters. “Você precisa pagar o empréstimo para plantar no ano seguinte.” O deputado republicano Rick Crawford, que representa a região, alertou: “O que eles precisam é de um sinal claro de que haverá ajuda. Senão, teremos muitas falências na América rural.”
Em resposta, o governo americano sinalizou que pode usar a receita das tarifas para financiar o programa de ajuda. A secretária da Agricultura, Brooke Rollins, deu essa pista numa entrevista ao Financial Times na quinta-feira (18), dizendo que novas medidas seriam anunciadas em breve.
A guerra comercial com a China também atingiu fortemente os produtores de soja. Com a suspensão das compras chinesas de setembro a janeiro, o setor enfrenta perdas bilionárias. A China, por sua vez, aumentou as compras de soja brasileira. Em agosto, a Associação Americana de Soja enviou uma carta a Trump alertando sobre a situação crítica. “Os produtores de soja dos EUA não aguentam uma guerra comercial prolongada com nosso maior cliente”, alertou o presidente da associação, Caleb Ragland.
Na Dakota do Norte, Josh e Jordan Gackle contaram ao New York Times que devem perder US$ 400 mil este ano em sua fazenda de 930 hectares, por causa da suspensão das compras chinesas. Antes das tarifas de Trump, mais de 70% da soja produzida na Dakota do Norte era exportada para a China. “Tudo isso é desnecessário. Ninguém obrigou os EUA a entrar nessa situação”, lamentou Jordan Gackle ao New York Times. A situação é realmente dramática e exige uma solução urgente.
Fonte da Matéria: g1.globo.com