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Crise de Drones: Rússia e Belarus em Manobras Militares; Polônia Fecha Fronteira

A tensão entre a Rússia e a OTAN escalou perigosamente nesta sexta-feira (12), com a Rússia iniciando exercícios militares de grande porte em conjunto com seu aliado Belarus. A manobra acontece apenas dois dias após um incidente envolvendo drones russos que invadiram o espaço aéreo polonês, levando Varsóvia a fechar a fronteira com Belarus e acionar o Artigo 4 da OTAN. Olha só: o clima tá tenso!

Segundo o Ministério da Defesa russo, os exercícios envolvem uma força considerável: veículos terrestres, helicópteros de ataque, diversas aeronaves e uma variedade de navios de guerra, incluindo destróieres e submarinos. A operação, que se estenderá até terça-feira (16), abrange o território dos dois países, além dos mares Báltico e de Barents, no Ártico. A agência de notícias russa Tass informou que os exercícios incluirão até mesmo o lançamento de armas nucleares e do míssil hipersônico Oreshnik – a Rússia havia anunciado em julho o envio de um lote desses mísseis para Belarus.

A Polônia, diretamente afetada pelo incidente dos drones, tá em alerta máximo. O primeiro-ministro Donald Tusk classificou os exercícios militares como “muito agressivos” e decretou o fechamento da fronteira com Belarus. Ele chegou a afirmar que o país está “no seu ponto mais próximo de um conflito armado desde o fim da Segunda Guerra Mundial”. Me parece que a situação é realmente grave.

O Kremlin, por sua vez, negou qualquer ameaça à Europa, afirmando que as preocupações da UE com os exercícios são “fruto de emoções originadas pela hostilidade contra a Rússia”. Na quinta-feira, o governo russo havia declarado que a manobra militar com Belarus – planejada desde agosto – não tinha como alvo nenhum país específico. Mas, sinceramente, essa afirmação soa um pouco estranha diante do contexto atual.

A OTAN, por enquanto, declarou “não ver uma ameaça militar direta” nos exercícios. No entanto, a Alemanha já anunciou o envio de um batalhão de tropas e equipamentos para a Lituânia, aproximando-se da fronteira russa, e a França enviou três caças para reforçar a proteção do espaço aéreo polonês. A Rússia, por sua vez, desviou o assunto, dizendo não ter a intenção de atingir a Polônia com os drones e minimizando o incidente.

**Drones Russos Abatidos: O que levou a Polônia a acionar a OTAN?**

A invasão do espaço aéreo polonês por drones russos foi considerada uma grave provocação pelos países da OTAN, levando a Polônia a invocar o Artigo 4 do tratado da aliança. A Holanda convocou o embaixador russo, e a Espanha, o encarregado de negócios, ambos exigindo explicações.

O que aconteceu? Drones militares russos invadiram o espaço aéreo polonês na noite de quarta-feira (10). Caças poloneses e da OTAN foram mobilizados para abater os drones que representavam ameaça. O primeiro-ministro Tusk confirmou a origem russa dos drones e relatou o fechamento temporário de parte do espaço aéreo polonês, incluindo a suspensão de voos no aeroporto de Varsóvia. Um drone atingiu uma casa na região de Lublin, perto da fronteira com a Ucrânia, mas, felizmente, ninguém se feriu.

A Rússia, em sua resposta, alegou que os drones visavam alvos militares na Ucrânia, mas que não pretendiam atingir a Polônia. O Ministério da Defesa russo afirmou que os drones tinham alcance máximo de 700 km. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou as acusações de provocação, atribuindo-as à “hostilidade diária” da UE e da OTAN contra a Rússia.

Ainda não há um número confirmado de drones envolvidos, se todos foram abatidos ou se alguns caíram. Tusk mencionou 19 violações em sete horas, mas as informações ainda estão sendo apuradas. A polícia polonesa encontrou destroços em dez locais, com objetos de origem desconhecida em um oitavo local.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, classificou a ação russa como “absolutamente imprudente e perigosa”, enviando uma mensagem clara a Putin: “parem a guerra na Ucrânia, parem de violar o espaço aéreo aliado”.

Tusk também revelou que, pela primeira vez, uma parcela significativa dos drones veio diretamente de Belarus, um fato inédito até então. O major-general bielorrusso Pavel Muraveiko tentou minimizar a participação do país, alegando que as Forças de Defesa Aérea bielorrussas rastrearam drones que “perderam o curso” e alertaram Polônia e Lituânia.

Essa não foi a primeira violação do espaço aéreo polonês desde o início da guerra na Ucrânia, mas foi a maior até agora, representando uma grave ameaça para a OTAN. A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, declarou que a guerra da Rússia está se intensificando e que a violação do espaço aéreo polonês foi a mais grave desde o início do conflito. A situação é, sem dúvida, extremamente preocupante.

Fonte da Matéria: g1.globo.com