Em entrevista ao podcast “Marília – o outro lado da sofrência”, da Globo, Chitãozinho e Xororó falaram da importância gigante da Marília Mendonça pro sertanejo. Na real, pra eles, a Marilia preencheu uma lacuna histórica no gênero. Sabe? O sertanejo sempre teve uma pegada meio country americano, com muitas mulheres brilhando, tipo Dolly Parton e Reba McEntire. Só que aqui no Brasil, Xororó explica, eram poucas artistas femininas com destaque. Aí, bum!, surgiu o sertanejo universitário, e as mulheres chegaram com tudo, cantando histórias diferentes, recheadas de emoção, com arranjos comerciais arrasadores. Foi um estouro! Elas fortaleceram demais o nosso sertanejo, completou Xororó.
O terceiro episódio do podcast mostra como a Marília enfrentou o machismo da indústria musical, recusando o rótulo “feminejo” e abrindo caminho pra uma geração inteira de cantoras. Elas cantavam sobre traição, bebedeira, liberdade, sem papas na língua! Dá pra ouvir o podcast no g1 ou na sua plataforma de streaming favorita.
Xororó ainda destacou a voz inesquecível da Marília, que conquistou milhões: “Um timbre marcante, né? Uma voz forte, um vozeirão mesmo, como a gente diz!”. Já Chitãozinho, olha só, disse que a Marilia tinha algo raro: “São poucos cantores no mundo com lágrima na voz. Ela era privilegiada, bastava abrir a boca, chegar no microfone, que a emoção vinha, sabe? As pessoas ficavam – e ainda ficam – encantadas com a forma como ela cantava, improvisava… Tudo que ela fazia era arte pura, porque a voz dela ia direto pro coração”.
Chitãozinho, Xororó e Marília juntos em “Página de Amigos”, no projeto “Elas em Evidências” (2017), prova dessa parceria incrível.
A Marília, gente, não curtia nada o termo “feminejo”. Odeiava! Ela mesma já disse numa reunião com a gravadora: “Existe rock feminino? MPB feminino? Então, qual é a tua? Acha que eu não posso competir com Zezé Di Camargo, com Leonardo? Sertanejo é sertanejo, não existe feminejo!”. A figurinista Flavia Brunetti contou que só de ouvir essa palavra, Marília ficava furiosa!
Esse incômodo com “feminejo” era por causa da separação, da lógica de criar um espaço só pra mulheres. Marília queria igualdade, o mesmo espaço, os mesmos palcos, as mesmas rádios, os mesmos cachês. Ponto final.
Fonte da Matéria: g1.globo.com