A China não participa e nem planeja guerras, declarou o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, neste sábado (13). A afirmação veio em resposta à pressão dos Estados Unidos, que tem pedido aos seus aliados que imponham tarifas a países que compram petróleo russo, incluindo a China. Olha só a situação: os EUA estão numa força-tarefa para convencer países a boicotarem o petróleo russo, tentando assim acabar com a guerra na Ucrânia. A Casa Branca, por exemplo, já aplicou tarifas à Índia por suas compras de petróleo russo, mas deu um jeitinho de não penalizar a China, que, aliás, considera a Rússia uma parceira estratégica de primeira.
“Guerra não resolve problemas, e sanções só pioram tudo”, disse Wang Yi numa coletiva de imprensa conjunta com seu colega esloveno em Liubliana, capital da Eslovênia, conforme comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês. A gente vê claramente a posição chinesa.
Mas a pressão americana não para por aí! Neste mesmo sábado (13), o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs aos países da OTAN um pacote pesado de “sanções severas” contra a Rússia. Ele disse que os EUA também estão dispostos a aumentar as sanções contra o governo de Vladimir Putin, mas com uma condição: os países europeus da OTAN precisam parar de comprar petróleo russo. “Estou pronto para impor sanções pesadas à Rússia, caso todas as nações da OTAN concordem e comecem a fazer o mesmo, e quando TODAS as nações da OTAN pararem de comprar petróleo russo”, escreveu Trump numa carta aos países da OTAN, publicada em sua rede social, a Truth Social. Ele ainda completou: “A compra de petróleo russo por alguns tem sido chocante! Isso enfraquece muito a posição de negociação e o poder de barganha contra a Rússia”.
Na mesma carta, Trump sugeriu tarifas altíssimas contra a China, entre 50% e 100% sobre produtos chineses, para acelerar o fim da guerra na Ucrânia. Segundo ele, a China tem forte controle sobre a Rússia, e essas tarifas quebrariam esse controle. “A China tem um forte controle, e até mesmo domínio, sobre a Rússia, e essas tarifas poderosas romperão esse controle”, escreveu Trump.
Trump aproveitou a oportunidade para mais uma vez dizer que a guerra na Ucrânia “nunca teria começado” se ele estivesse na Casa Branca. Ele chamou o conflito de “ridículo”, culpando o ex-presidente americano Joe Biden e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A proposta de Trump mostra como a relação dele com Vladimir Putin piorou desde a reunião bilateral dos dois no Alasca, em agosto de 2024. Na ocasião, apesar de não ter fechado um acordo de cessar-fogo, ambos prometeram um caminho para o fim rápido do conflito e uma reunião entre Putin e Zelensky. Só que, nas semanas seguintes, o Kremlin deu sinais de que não estava disposto ao encontro, e a Rússia continuou atacando a Ucrânia.
Na sexta-feira (11), Trump declarou que sua paciência com Putin “está acabando, e está acabando rápido”.
*Com informações da agência de notícias Reuters.*
Fonte da Matéria: g1.globo.com