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ChatGPT Agent: Assistente virtual faz reservas, compras, mas precisa de ajustes

Imagine ter um assistente virtual que compra ingredientes para o jantar, reserva um restaurante para um encontro e até planeja viagens, comprando passagens aéreas sozinho. Parece ficção científica, né? Mas graças aos agentes de IA, isso já é realidade! Eles são, tipo assim, a evolução dos chatbots que a gente conhecia lá no final de 2022.

Há um mês, a OpenAI lançou o ChatGPT Agent. A empresa anunciou que “o robô agora pode trabalhar pra você usando um computador, e consegue realizar tarefas complexas do início ao fim”. Isso inclui coisas como “planejar e comprar ingredientes para um jantar japonês para quatro pessoas” ou “checar sua agenda e te avisar sobre reuniões com clientes”.

Mas olha só: apesar de ser super avançado, o sistema ainda tem suas limitações. A gente testou aqui no g1 e viu que nem sempre ele acerta na mosca (detalhes abaixo!). A OpenAI não é a única nessa corrida. Google e Microsoft também estão investindo em agentes de IA, por enquanto só para empresas. A Manus AI, chinesa, também desenvolveu um agente que, segundo eles, ajuda até a comprar imóveis em Nova York.

A principal diferença entre agentes e chatbots tradicionais? Os chatbots precisam de comandos o tempo todo. Já o agente pensa e age sozinho, sem precisar de sua intervenção constante. É como ter um ajudante virtual de verdade!

O g1 testou o agente do ChatGPT (versão GPT-4) em algumas tarefas bem práticas. Desde 17 de julho, o recurso só está disponível para usuários dos planos Pro, Plus e Team. A gente usou o plano Plus (US$ 20/mês, ou R$ 99,99), com limite de 40 solicitações mensais. No plano Pro (US$ 200/mês, cerca de R$ 1.000), o limite sobe para 400 prompts.

Pra usar, você ativa o modo agente nas ferramentas do ChatGPT. Depois, digita o que precisa e a IA começa a trabalhar sozinha. Ela abre um navegador integrado, navega em sites, clica em botões e registra tudo com screenshots. Legal, né? Mas tem um porém: ele para ao encontrar formulários que pedem dados pessoais (nome, email, cartão) e Captchas (aquelas verificações de que você é humano). Nesses casos, ele te passa o controle.

Uma coisa bem interessante: o agente mostra seu “raciocínio”. Se ele não consegue clicar num botão, por exemplo, mostra mensagens como: “O botão de compra não tá disponível. Vou atualizar a página pra tentar de novo”.

**Nossos testes:**

* **Reserva de restaurante:** A primeira missão foi reservar uma mesa num restaurante famoso de São Paulo, num sábado à noite daquela semana. A IA pesquisou em sites parceiros, perguntou quantas pessoas seriam e, após algumas tentativas, descobriu que não havia mais mesas disponíveis na data escolhida. Aí, gente, começou o drama! Ele passou 14 minutos tentando reservar numa data indisponível, atualizando a página, trocando datas… sem sucesso! Quando pedimos pra tentar no fim de semana seguinte, deu tudo certo. O restaurante confirmou a reserva via WhatsApp.

* **Compra de produto:** Pedimos ao agente para encontrar um whey protein de uma marca específica, em lojas confiáveis e com o menor preço. Ele vasculhou vários sites por 15 minutos, inclusive checando a reputação das lojas no Reclame Aqui! Apresentou quatro opções, três delas em lojas conhecidas, com preços dentro do esperado. Na hora da compra, ele pediu nossos dados pessoais para o login e o preenchimento dos dados do cartão de crédito. Depois disso, finalizou a compra, e recebemos a confirmação por email.

* **Compra em supermercado:** Aqui foi um pouco mais complicado. Pedimos duas caixas de leite de uma marca específica. Primeiro, ele achou o produto por R$ 5,99 em um supermercado grande. Criamos uma conta, mas o item estava indisponível! Aí ele buscou em outro lugar e encontrou o mesmo leite por R$ 5,79. Novamente, tivemos que criar uma conta. No total, 33 minutos para duas caixas de leite… Um pouco cansativo, considerando a pequena diferença de preço.

* **Planejamento de viagem:** Ajudamos alguém a procurar ingressos para o trem Jacobite (“trem do Harry Potter”) na Escócia. O agente fez a busca em 22 minutos, mas insistiu no site oficial, mesmo depois dele informar que não havia mais ingressos. Achou pacotes turísticos que incluíam o passeio. Economia de tempo, mas a insistência em algo impossível foi um ponto negativo.

* **Apresentação para reunião:** Criamos uma apresentação sobre a demanda de energia em data centers de IA, usando uma reportagem do g1, para uma reunião com investidores. Ficou pronta em 18 minutos (manualmente, levaria 1h30!). Simples, mas funcional. Pedimos uma versão mais criativa, e ele melhorou, mas ainda longe do ideal. A versão tradicional do ChatGPT já cria apresentações, mas o agente interpreta melhor o objetivo e define o estilo.

**Conclusão:** O ChatGPT Agent é útil para tarefas demoradas. A economia de tempo é o grande diferencial. Ele agiliza a criação de apresentações, por exemplo. Mas em compras online, é bom comparar manualmente para evitar erros. Ele não preenche dados pessoais (o que é bom!), mas a OpenAI poderia ser mais transparente sobre a coleta de dados.

Recentemente, conversas do ChatGPT foram indexadas no Google, com informações pessoais expostas, segundo o site Fast Company. A OpenAI disse ter resolvido o problema. Outro ponto a melhorar é a insistência em caminhos sem saída, como no caso da reserva do restaurante. Ainda tem muito espaço para melhorar, mas o potencial é enorme!

Fonte da Matéria: g1.globo.com