A Câmara dos Representantes dos EUA deve votar hoje, quarta-feira (2), o polêmico pacote orçamentário proposto por Donald Trump. Aprovado no Senado ontem, o “One Big Beautiful Bill”, como foi apelidado, promete mexer com a economia americana de forma significativa. Olha só: a dívida pública, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), pode inchar em absurdos US$ 3,3 trilhões (aproximadamente R$ 18 trilhões)! Isso é inacreditável!
O projeto é uma verdadeira salada mista de medidas: cortes brutais em programas sociais – principalmente saúde (Medicaid) e alimentação (SNAP) – e, ao mesmo tempo, aumento generoso nos gastos militares e com o controle de imigração. Ah, e não podemos esquecer: redução de impostos para empresas e indivíduos de alta renda – isso, segundo críticos, é o cerne da questão.
Em resumo, o que a gente tem aqui é uma extensão dos cortes de impostos de 2017, com Trump tentando emplacar mais uma de suas bandeiras. Mas, na real, a conta vai chegar. E com juros!
**Entenda os principais pontos:**
* **Impostos:** Redução de aproximadamente US$ 4 trilhões em impostos, mantendo boa parte dos cortes de 2017. A gente vê aí alíquotas menores de IR, isenções temporárias de impostos em gorjetas e horas extras, benefícios para aposentados acima de 65 anos e cortes para empresas. Por outro lado, o projeto quer aumentar impostos em fundos universitários e endurecer as regras para o crédito infantil, afetando cerca de 2 milhões de crianças. Além disso, imigrantes sem green card não teriam mais acesso a créditos para planos de saúde.
* **Saúde:** O Medicaid, programa de saúde para famílias de baixa renda, sofrerá mudanças drásticas. O The New York Times informa que adultos sem filhos e sem deficiência precisarão comprovar 80 horas de trabalho mensal para manter o benefício. Estados também terão mais facilidade para cancelar coberturas, exigindo mais documentação. O Obamacare também não escapa: mudanças nas regras devem gerar uma economia de US$ 100 bilhões para o governo, mas podem deixar milhares sem seguro.
* **Energia Limpa:** Adeus, incentivos à energia limpa! O projeto acaba com os principais créditos fiscais da Lei de Redução da Inflação, aprovada durante o governo Biden, e põe fim ao crédito para carros elétricos até 2025. Segundo o The New York Times, incentivos para energia solar, eólica e geotérmica praticamente somem.
* **Alimentação:** O SNAP, programa de assistência nutricional que atende 42 milhões de pessoas, terá critérios mais rígidos. O CBO estima que 3 milhões perderão o benefício.
* **Defesa e Imigração:** US$ 150 bilhões para defesa, incluindo o projeto “Golden Dome” de Trump, e mais US$ 175 bilhões para a agenda anti-imigração, focando no fortalecimento da fronteira sul.
* **Educação:** Corte de US$ 330 bilhões em empréstimos estudantis nos próximos 10 anos.
**Votação tensa:**
A aprovação no Senado foi por um fio: 51 votos a 50, com o voto de desempate do vice-presidente J.D. Vance. Três republicanos votaram contra: Thom Tillis (Carolina do Norte), Susan Collins (Maine) e Rand Paul (Kentucky). A votação na Câmara promete ser igualmente acirrada.
**Impactos:**
O projeto busca tornar permanentes cortes de impostos aprovados em 2017 e inclui promessas de campanha de 2024, como isenções em gorjetas e horas extras. Analistas da Reuters apontam que o aumento da dívida representa uma transferência de riqueza dos jovens para os mais velhos, afetando o crescimento econômico e os custos de empréstimos. O CBO prevê ainda um aumento de US$ 5 trilhões no limite de endividamento dos EUA, adiando a possibilidade de um calote na dívida. Trump quer sancionar a lei até o feriado da Independência, sexta-feira (4), e o presidente da Câmara, Mike Johnson, disse que pretende cumprir o prazo.
*Com informações das agências de notícias Reuters e AP.
Fonte da Matéria: g1.globo.com