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BRB só define próximos passos na compra do Master após acesso à decisão do BC

A compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) tá parada, gente! Na sexta-feira (5), o BRB soltou um comunicado dizendo que ainda não recebeu a decisão completa do Banco Central (BC) sobre o negócio. Olha só o que eles disseram: só depois de ver todos os documentos é que vão poder analisar direitinho o que fazer.

Em outras palavras, o BRB tá esperando o BC liberar tudo pra, aí sim, decidir os próximos passos. A instituição prometeu manter o mercado e os acionistas informados assim que tiver acesso às informações e tomar uma decisão. Isso veio depois de boatos de que o BRB teria desistido de recorrer da negativa do BC.

Na quarta-feira (3), o BRB já tinha pedido ao BC a decisão completa pra analisar as opções. Na ocasião, eles reforçaram que a compra do Master era estratégica, uma baita oportunidade pra gerar valor pro BRB, clientes, Distrito Federal e até pro Sistema Financeiro Nacional todo!

O Banco Master também se pronunciou, em nota enviada ao g1, dizendo que espera ansiosamente pelo documento completo para entender a decisão e ver o que pode ser feito. Eles continuam confiantes na estratégia e na operação do banco, que, segundo eles, se destacou num mercado super competitivo.

Até o fechamento desta reportagem, o Banco Central não tinha se manifestado publicamente sobre a decisão. A reprovação pegou todo mundo de surpresa, já que o BC levou mais de cinco meses analisando a compra, mesmo tendo quase um ano de prazo.

O acordo, anunciado em março, previa a compra de 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master pelo BRB. O Master, vale lembrar, preocupou o mercado com sua estratégia de captação um tanto arriscada.

O BRB, uma sociedade de economia mista, de capital aberto, é majoritariamente controlado pelo governo do Distrito Federal (71,92%). Ele atua no DF e também em outros estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.

A aprovação do BC seria o último passo, já que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tinha dado o aval em junho. A negociação foi acompanhada de perto pelo Ministério Público do DF, que chegou a pedir à Justiça que a compra fosse aprovada pela Câmara Legislativa do DF. Isso aconteceu no mês passado, com o governador Ibaneis Rocha sancionando a decisão.

**Pressão política?**

A decisão do BC veio um dia depois de líderes do Centrão na Câmara pedirem urgência para um projeto que permitiria ao Legislativo demitir diretores do BC. O pedido foi feito pelo deputado Claudio Cajado (PP-BA). Muita gente viu isso como pressão política pra aprovar o negócio, já que o dono do Banco Master tem boas relações com o Centrão, como apontou Miriam Leitão. O aspecto político, segundo ela, influenciou bastante o caso.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se mostrou preocupado com o projeto na quarta-feira. Ele disse que não houve conversa com o governo ou com o BC sobre isso e não vê motivo para o projeto seguir adiante. Haddad defendeu a autonomia administrativa do BC, mas não como pessoa jurídica de direito privado, como propõe a PEC 65/2023. Ele ainda destacou a necessidade de o BC ter orçamento próprio para fortalecer a regulação.

**A estratégia arriscada do Master**

O Banco Master cresceu rápido, mas com uma estratégia de captação considerada arriscada por muitos analistas. Eles ofereciam CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com taxas bem acima do mercado, atraindo investidores com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O FGC protege até R$ 250 mil por investidor em caso de falência de um banco associado. É um fundo privado formado pelas próprias instituições financeiras. Ele torna o investimento mais seguro, mas também pode incentivar práticas arriscadas pelos bancos.

Essa prática levou o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) a aprovar novas regras sobre o FGC no mês passado, pra reduzir o risco moral. As regras entram em vigor em 1º de junho de 2026.

O modelo de negócio do Master, que incluía investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas, gerou dúvidas sobre a saúde financeira do banco.

Fonte da Matéria: g1.globo.com