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BRB: Ações desabam após BC barrar compra do Banco Master

A compra do Banco Master pelo BRB foi vetada pelo Banco Central (BC), causando um verdadeiro terremoto nas ações do Banco de Brasília. Nesta quinta-feira (4), os papéis do BRB despencaram! Os preferenciais (BSLI4), sem direito a voto, fecharam com queda de 7,74%. Já os ordinários (BSLI3), com direito a voto, tiveram um tombo de 5,47%, segundo dados da B3. Nossa!

Marcos Praça, diretor de Análise da ZERO Markets Brasil, crava: “A queda é reflexo do investidor desfazendo a aposta na compra. O BRB havia subido quase 20% após o anúncio da aquisição, que parecia imbatível. Com o ‘não’ do BC, o mercado simplesmente reverteu boa parte dessa alta.” Faz todo sentido, né?

Em comunicado, o BRB – que é uma sociedade de economia mista, majoritariamente controlada pelo governo do Distrito Federal (71,92%) e presente em vários estados – disse ter pedido ao BC a decisão completa para analisar os motivos e estudar alternativas. A instituição reforçou que a compra era estratégica, afirmando que a transação “representa uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional”. Prometeram manter acionistas e mercado informados.

O Banco Master, por sua vez, também disse que aguarda o documento completo para avaliar a situação e analisar os próximos passos. Em nota, o banco se mostrou confiante em sua estratégia e operação, destacando seu sucesso em um mercado tão competitivo.

Até o fechamento desta reportagem, o BC ainda não havia se pronunciado publicamente. A negativa veio após mais de cinco meses de análise, mesmo faltando quase um ano para o prazo final.

O acordo, anunciado em março, previa a aquisição de 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master – banco que, convenhamos, preocupou o mercado com sua estratégia de captação um tanto arriscada.

A aprovação do BC seria o último passo, já que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia dado o aval em junho. A negociação foi acompanhada de perto pelo Ministério Público do DF, que, após questionamentos, levou a Justiça a exigir a aprovação da compra pela Câmara Legislativa do DF. Em julho, o governador Ibaneis Rocha sancionou a aprovação.

**Pressão política?**

A decisão do BC veio um dia depois de líderes do Centrão na Câmara dos Deputados pedirem urgência para um projeto que permitiria ao Legislativo demitir diretores da autoridade monetária, a pedido do deputado Claudio Cajado (PP-BA). Muita gente viu isso como pressão política para aprovar o negócio. Miriam Leitão analisou que o dono do Banco Master, com boas conexões com o Centrão, pode ter influenciado a situação. O aspecto político, com certeza, merece destaque.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se mostrou preocupado com o projeto, afirmando que não houve diálogo com o governo nem com o BC. Ele defendeu a autonomia administrativa do BC, mas não como pessoa jurídica de direito privado, como propõe a PEC 65/2023. Haddad ainda ressaltou a necessidade de orçamento próprio para o BC fortalecer sua regulação.

**A estratégia arriscada do Banco Master**

O Banco Master cresceu bastante nos últimos anos, mas com uma estratégia de captação considerada arriscada. A instituição oferecia CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com taxas bem acima da média, atraindo investidores com a promessa da proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O FGC garante até R$ 250 mil por investidor em caso de falência de um banco associado. É um fundo privado formado pelas próprias instituições financeiras. Ele aumenta a segurança para quem investe, mas também atrai mais recursos para os bancos.

Essa prática, de alto risco, levou o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) a aprovarem novas regras sobre o FGC no mês passado, que visam reduzir o “risco moral ocasionado por instituições que adotam estratégias de captação excessivamente alavancadas e baseadas em captações asseguradas”. As novas regras entram em vigor em 1º de junho de 2026.

O modelo de negócio do Master, que inclui investimentos em ativos de baixa liquidez, como precatórios e participações em empresas, gerou dúvidas sobre a saúde financeira do banco. E agora? A gente só espera por mais informações.

Fonte da Matéria: g1.globo.com