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BK’: De samples da MPB à voz mais ouvida do rap brasileiro

O rapper carioca BK’, um dos nomes mais bombados do cenário musical brasileiro, bateu um papo super legal com a gente no g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, na quarta-feira (10). A entrevista completa, em vídeo e áudio, tá disponível no g1, YouTube, TikTok e nas principais plataformas de streaming. Olha só que incrível!

Misturando rap com MPB, funk, R&B e até rock, com samples de feras como Milton Nascimento e Djavan e batidas originais criadas por Deekapz, JXNV$ e Nansy Silvvz, BK’ conquistou o topo das paradas de streaming. Além da carreira solo meteórica, ele já colaborou com artistas como João Gomes, mostrando uma versatilidade impressionante. Essa mistura de estilos, claro, gera polêmica entre os fãs de rap mais puristas. Mas, na visão dele, “a gente tá sampleando tudo desde que o rap é rap… pra mim, isso é normal, só tem que ficar maneiro”.

Na entrevista, ele falou da importância da mãe na sua trajetória. “Ela foi minha escola de verdade. Me ensinou a escrever, me apresentou à música… e, acredite, hoje ela é minha maior fã! No começo, foi bem complicado, viu?”. A mãe, aliás, participa ativamente da carreira do filho, analisando as letras e sugerindo leituras. “Ela é um dos pilares da minha vida, tanto para o Abebe quanto para o BK'”, contou ele, revelando seu nome real: Abebe Bikila Costa Santos.

Ele relembrou 2017, o “ano lírico do rap”, como um divisor de águas: “Foi uma mudança de ritmo, uma explosão de criatividade e competitividade. Era canetada pra todo lado, muita gente rimando muito bem. Todo mundo com muita fome de mostrar seu trabalho, porque havia um horizonte claro no cenário do rap. Foi um período incrível!”.

Sobre o álbum “Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer”, lançado em janeiro deste ano, BK’ explicou que a variedade de estilos foi surgindo naturalmente. “No começo, a gente não queria tanta variedade, mas as produções e beats diferentes foram aparecendo e a gente foi se apaixonando”. Ele comemorou a “benção” de Djavan para usar samples do mestre em “Só eu sei” (com um trecho de “Esquinas”, de 1984) e a inclusão de um trecho de “Certas Canções”, de Milton Nascimento, em “Ninguém vai tirar a minha paz”. “Ele é o gênio máximo!”, exclamou.

Aos 36 anos, esse carioca começou como produtor de vídeo, mas a paixão pela rima já vinha da infância. Em 2013, juntou-se aos amigos e formou o coletivo Nectar Gang. No g1 Ouviu, ele analisou o crescimento do uso de samples nacionais, afirmando que, com a inteligência artificial, “é muito fácil você cair na malha do sample gringo”. Ele até confessou que já teve um álbum inteiro tirado do ar por causa de um sample de menos de um segundo de uma música internacional! “Na época que eu não precisava pedir autorização, eu me sentia bem mais livre”, revelou.

O álbum, segundo ele, fala sobre “partida, sobre ir, sobre o próximo passo”. A viagem para a Etiópia, onde gravou um curta para o lançamento do álbum, também influenciou a produção. “Fui pra lá com o disco fechado. Se eu estivesse compondo ainda, nossa conversa seria no ano que vem! Eu pego muito das minhas experiências e coloco na música”.

BK’ se transforma a cada álbum, afirma. “A mente muda, as ideias mudam. Além da competitividade inerente ao mundo do rap, a visão de mundo também se transforma”. E essa busca por novas perspectivas é o segredo para se destacar em uma cena tão rica e competitiva. “O rolê do MC é competitivo, você sempre quer ser melhor que seu amigo, isso é normal”, disse, ressaltando a união apesar da rivalidade.

Com os pés no chão, BK’ explicou como lida com a fama: “No começo, você se emociona, mas para ter uma carreira duradoura, é preciso ter equilíbrio. Você precisa se filtrar, porque é muito fácil se deslumbrar e se perder”. Ele evita cobranças externas e usa as redes sociais só “para ver besteira”. “Artista é muito egocêntrico, qualquer coisa já vira uma crise existencial!”, brincou. E para finalizar, BK’ se apresentará no Lollapalooza 2024.

Fonte da Matéria: g1.globo.com