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Banco do Brasil vê inadimplência no agro resiliente, mas prevê estabilidade no último trimestre

A inadimplência no crédito rural do Banco do Brasil continua alta, mas há boas notícias no horizonte, segundo a presidente-executiva Tarciana Medeiros. Em evento em Nova York, na quarta-feira (24), ela afirmou que, apesar da persistência do problema, há expectativa de melhora significativa nos próximos meses. “A inadimplência tá resiliente, mas a gente já vê sinais positivos, com previsão de redução e controle desse crescimento”, declarou.

No fim de junho, a inadimplência no agronegócio alcançou 3,49%, bem acima dos 1,32% registrados no mesmo período de 2023. Geovanne Tobias, vice-presidente de gestão financeira do BB, confirmou a tendência: o terceiro trimestre deve espelhar o segundo, com piora nos números. A esperança, no entanto, é que a partir de outubro a situação se estabilize. “A gente acredita numa estabilização da inadimplência na carteira do agronegócio no quarto trimestre”, explicou Tobias, mencionando medidas governamentais e regulatórias recentes como fatores importantes para essa projeção.

Às 13h31, as ações do BB apresentavam alta de 0,4%, cotadas a R$ 22,21, enquanto o Ibovespa caía 0,2%.

O Banco do Brasil, que se define como o “banco do agro”, reforça seu compromisso com o setor. A estratégia para 2024 e 2025, segundo Tarciana, prioriza a concessão de crédito de forma mais controlada, com foco na recuperação financeira dos produtores. “Vamos trabalhar com recursos controlados, mas também vamos apoiar nossos clientes na renegociação de dívidas e na recuperação da saúde financeira deles”, disse a presidente.

Essa abordagem inclui o aumento do uso da alienação fiduciária como garantia, chegando a representar metade das novas operações com produtores rurais. Outras garantias também são consideradas, mas o conhecimento profundo dos clientes e o histórico do banco, que resultou numa carteira de R$ 405 bilhões no setor rural, são fundamentais. “No agro, a gente continua liberando crédito, mas prioriza garantias mais sólidas”, explicou Felipe Prince, vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do BB.

Para enfrentar a inadimplência, o BB reduziu o ritmo de concessão de crédito nesta safra e intensificou as cobranças. “Esse processo de recuperação já tá bem avançado”, afirmou Tarciana. A apresentação do banco mostrou um aumento significativo no uso de garantias reais de imóveis no setor agro, saltando de 31% na safra 2024/2025 para 60% na safra 2025/2026.

Tarciana Medeiros reconheceu que 2024 é um ano desafiador para o Banco do Brasil. “É um período de ajustes para preparar o banco para um crescimento sólido”, afirmou. O banco está realizando um ajuste estratégico em toda a operação, priorizando a redução de riscos com uma “nova matriz de resiliência”. A revisão dos processos de cobrança também trouxe resultados positivos. A presidente destacou a “alta qualidade” das concessões de crédito para a safra 2025, o uso da inteligência artificial no processo e a intensificação da atuação judicial nas cobranças para garantir a sustentabilidade das operações.

Fonte da Matéria: g1.globo.com