Visitar Porto Rico hoje em dia? É mergulhar de cabeça no universo Bad Bunny! Olha só, nas ruas de San Juan, a capital, os grafites homenageiam o boricua mais famoso dos últimos tempos. Em casa, na loja, no carro, no restaurante… tá tudo Bad Bunny! Até num shopping, tem uma experiência imersiva mostrando a cultura que inspirou o álbum “Debí Tirar Más Fotos”. No Museu de Arte, uma exposição inteira dedicada aos tênis dele! Uau!
Toda essa badalação não é à toa, não. No auge da carreira internacional, o astro quis celebrar em sua terra natal. Entre julho e setembro, ele fez 30 shows na sua residência “No Me Quiero Ir de Aquí”, no tradicional Coliseo de Puerto Rico, com capacidade para 18 mil pessoas. As nove primeiras apresentações foram reservadas para os porto-riquenhos. As outras? Esgotaram rapidinho! Fãs do mundo todo vieram prestigiar.
Isso deu um super impulso na economia local, principalmente numa época em que a ilha costuma receber poucos turistas por causa da temporada de furacões. Inclusive, vários ingressos, como o meu, foram vendidos em pacotes turísticos com hotel incluso. A Moody’s estimou um impacto direto de US$ 250 milhões, e até revisou pra cima a previsão de crescimento do PIB de Porto Rico em 2025. Incrível, né?
E como foi o show? Valeu cada centavo da passagem aérea! A festa começou lá fora do Coliseo, com ativações de marcas, barraquinhas de comida e vendedores ambulantes. O público era super diverso, gente de todas as idades, muitos com roupas típicas porto-riquenhas: cores vibrantes, flores, chapéus de palha… Uma beleza!
O show começou às 21h, certinho. Bad Bunny surgiu num palco gigante que parecia a própria natureza de Porto Rico: a floresta El Yunque, flamboyants (a árvore símbolo), bananeiras e as cadeiras de plástico da capa do “Debí Tirar Más Fotos”. Três horas de pura energia! Ele cantou quase todas as músicas do álbum novo (só faltou “Perfumito Nuevo” no dia que eu fui), além de vários hits antigos.
A primeira parte foi mais intimista, com canções mais lentas e versões acústicas de sucessos antigos. “La Santa”, de 2020 com Daddy Yankee, ganhou um toque de tambor de bomba, um ritmo boricua com raízes africanas. Sensacional!
Na hora de “Weltita”, o telão criou uma vibe praia na arena. E foi a vez da primeira participação especial: a banda porto-riquenha Chuwi, que gravou a música com ele.
A parte do perreo – as músicas mais animadas – rolou num outro espaço, na “casita”, uma casinha rosa típica de Porto Rico. Ali, Bad Bunny se divertiu muito, interagindo com a galera, dançando com um copo na mão. Virou uma área VIP onde celebridades como LeBron James, Kylian Mbappé, Penélope Cruz, Ricky Martin, Ana de Armas e DJ Khaled curtiram o show. Que turma, hein?
Na “casita”, Bad Bunny ainda recebia um convidado diferente a cada noite, como Nicky Jam e Ozuna, para comandar parte do show. Ele saía por alguns minutos e deixava outros ícones do reggaeton brilharem também. A última música na casita foi “Café con Ron”, com Los Pleneros de La Cresta, um grupo de plena, outro ritmo afro-porto-riquenho com panderetas, que lembram bastante os pandeiros do samba.
Depois, Bad Bunny trocou a roupa esportiva por um terno e voltou ao palco principal para a parte final, dedicada à salsa. “Callaíta” ganhou uma versão salsa. Em alguns shows, surgiram até Gilberto Santa Rosa e Rubén Blades! Que show! Ele deu destaque aos músicos da banda e animou ainda mais a galera nas últimas três músicas: “Baile Inolvidable”, “Dtmf” e “La Mudanza”.
No final, ficou claro que o show era muito mais sobre Porto Rico do que sobre Bad Bunny. Ele queria mostrar ao mundo a riqueza cultural da ilha, com sua história complexa. Porto Rico é um território não incorporado dos EUA: não é independente, mas também não é um estado americano. Os porto-riquenhos são cidadãos americanos, mas na prática são tratados como estrangeiros e não podem votar para presidente, por exemplo.
Pra nós brasileiros, conhecer a história de Porto Rico é uma identificação latina. A ilha tem muitas semelhanças com o Brasil, desde a alegria de viver até a receptividade. O arroz con habichuela é tipo nosso arroz com feijão! A praia também é igual: caixas térmicas com cerveja (nos EUA, geralmente é proibido), cadeiras e guarda-sóis. A única diferença? Na caixa de som, só toca Bad Bunny!
Fonte da Matéria: g1.globo.com