** Olha só o que aconteceu: neste domingo (7), um drone lançado pelo grupo rebelde houthi, do Iêmen, atingiu o Aeroporto Internacional Ramon, perto de Eilat, no sul de Israel. O exército israelense confirmou o ataque, que causou o fechamento temporário do espaço aéreo e a suspensão imediata de todos os voos. Segundo informações, outros drones foram lançados na mesma investida, mas parte deles foi interceptada pelas forças de defesa israelenses. Nossa, que situação!
Uma pessoa sofreu ferimentos leves por causa de estilhaços no saguão do aeroporto. O grupo houthi, apoiado pelo Irã, assumiu a responsabilidade pelo ataque e, acredite se quiser, ameaçou novos ataques contra aeroportos e outros alvos em Israel. Isso é assustador!
A ação dos houthis acontece apenas duas semanas depois de Israel bombardear Sanaa, a capital iemenita controlada pelos rebeldes, matando o primeiro-ministro Ahmed al-Rahawi e membros de seu gabinete. Na época, os rebeldes prometeram uma resposta contundente, intensificando as ofensivas contra Israel e navios no Mar Vermelho. A gente tá falando de uma escalada séria de violência.
Nos últimos dias, a situação só piorou. Os houthis têm disparado projéteis diariamente, inclusive munições de fragmentação – bem mais difíceis de interceptar, diga-se de passagem.
Inaugurado em 2019, o Aeroporto Ramon, localizado a 19 km de Eilat, opera voos domésticos e internacionais, mas é menor que o Aeroporto Ben Gurion, o principal aeroporto de Israel. Vale lembrar que em maio deste ano, um míssil houthi já havia atingido o aeroporto principal de Israel, ferindo quatro pessoas e fazendo com que várias companhias aéreas cancelassem voos para o país por meses. Como resposta, Israel atacou e destruiu o principal aeroporto de Sanaa.
Para piorar ainda mais o cenário, cortes em cabos submarinos no Mar Vermelho, neste final de semana, interromperam o acesso à internet em várias regiões da Ásia e do Oriente Médio. Embora a causa ainda não esteja totalmente esclarecida, há fortes suspeitas de que os houthis estejam por trás disso, numa tentativa de pressionar Israel a encerrar a guerra contra o Hamas, aliado do grupo rebelde. Desde o início da guerra em Gaza, os houthis têm intensificado os ataques a Israel e a embarcações no Mar Vermelho.
Mas quem são os houthis, afinal? Trata-se de um grupo armado iemenita da minoria xiita zaidita. Eles surgiram na década de 1990 para lutar contra o que consideravam corrupção do então presidente Ali Abdullah Saleh (1942-2017). Se declaram parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã, contra Israel, os Estados Unidos e o Ocidente em geral – ao lado de grupos como o Hamas e o Hezbollah.
Enquanto isso, em Gaza, a situação também não está nada fácil. O Exército israelense emitiu novas ordens de evacuação para palestinos e derrubou um arranha-céu residencial na Cidade de Gaza, o segundo em dois dias. O porta-voz em língua árabe do Exército, coronel Avichay Adraee, ordenou a evacuação de alguns bairros da cidade, onde vivem cerca de um milhão de palestinos, segundo a ONU. Ele pediu que a população se deslocasse para Khan Younis, no sul do território, alegando que a região teria uma estrutura humanitária para recebê-los. Será?
Pouco tempo depois, o Exército anunciou a destruição de outro edifício de grande altura, identificado como Susi, no sudoeste da cidade. Testemunhas descreveram o ataque como semelhante ao ocorrido na sexta-feira (5), quando as forças israelenses destruíram o segundo prédio mais alto de Gaza, usando três mísseis de alta precisão. Um vídeo mostra claramente a destruição do prédio na sexta-feira, com uma enorme nuvem de poeira se formando ao lado de um campo de refugiados. A cena é de partir o coração.
O Exército israelense estima que 25 dos 47 reféns que ainda estão em Gaza – dos 251 sequestrados em 7 de outubro – estejam mortos. O grupo terrorista palestino aceitou em agosto uma proposta de cessar-fogo, com a mediação do Egito, dos Estados Unidos e do Catar, que permitiria a libertação de reféns em etapas. Mas o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exige a libertação imediata de todos os reféns, a deposição de armas pelo Hamas e o controle da segurança da Faixa de Gaza por Israel. A situação é extremamente tensa e complexa, com poucas perspectivas de uma solução rápida.
Fonte da Matéria: g1.globo.com