Uma nota técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propõe que a conta de luz passe a variar de acordo com o horário de consumo, com o objetivo de incentivar o uso mais racional da energia elétrica e reduzir custos no sistema.
A iniciativa ainda está em estudo. Não há data para sair do papel.
A proposta prevê a criação de três classificações de horário:
💡pico, com tarifa mais alta;
💡intermediário, que corresponde normalmente a uma hora antes e uma hora depois do pico;
💡e fora de pico, que inclui madrugada, fins de semana e feriados.
Em cada faixa, o preço da energia seria diferente, refletindo a demanda do sistema.
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‘Hora certa’ para consumir energia
Segundo técnicos envolvidos no estudo, a mudança busca dar um “sinal de preço” ao consumidor, deixando claro quanto custa a energia em cada momento do dia.
“A ideia é indicar a hora certa de consumir”, explicou uma fonte que participa das discussões.
Atualmente, a tarifa é uniforme, independentemente do horário de uso. Isso significa que quem consome energia nos períodos de pico paga o mesmo valor de quem utiliza o serviço em horários de menor demanda.
Com o novo modelo, o objetivo é educar o consumidor para concentrar o consumo em horários mais baratos, o que poderia gerar redução na conta de luz ao longo do tempo. Fontes da Aneel admitem, porém, que a adaptação será gradual, já que o comportamento de consumo tende a mudar de forma lenta.
Implementação gradual
De início, o sistema deve abranger consumidores com maior consumo mensal, acima de 1.000 kWh/mês — grupo que inclui residências grandes e estabelecimentos comerciais. Essa fase atingiria cerca de 2,5 milhões de unidades consumidoras, responsáveis por 25% do consumo de baixa tensão no país, e começaria em 2026.
Na segunda etapa, prevista para 2027, o modelo seria estendido a quem consome acima de 600 kWh/mês, o que incluiria outro grupo de 2,5 milhões de unidades.
Próximos passos
A proposta ainda não tem efeito imediato. Por enquanto, o texto é apenas uma nota técnica, documento de caráter instrutório que precisa ser submetido à consulta pública e, depois, aprovado pela diretoria da Aneel.
Durante o debate, o colegiado também deve discutir se o consumidor poderá optar por retornar ao modelo atual após um período de adaptação.
Fonte da Matéria: g1.globo.com