Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Notícias

Ana Carolina: EP “Ainda Já – Vol. 1” Deixa Fãs com Gostinho de “Quase Lá”

A capa do EP “Ainda Já – Vol. 1”, de Ana Carolina, já circula por aí. Mas será que esse aperitivo entrega tudo o que a gente espera da artista? A resposta, na real, é meio… complicada. Dou duas estrelas. ⭐⭐

O show “25 Anas”, que estreou no Rio de Janeiro dia 12 de julho, deu uma prévia do que vem por aí no álbum completo, “Ainda Já”. E, pelo que parece, o álbum terá canções bem mais fortes do que as cinco apresentadas nesse EP, lançado no dia 10 de julho. Ufa!

Mas, analisando só o EP, a gente fica com a sensação de que Ana Carolina, a mesma que explodiu em 1999, há 26 anos, tá se segurando. Sabe? Falta uma música *de verdade* nesse primeiro volume. “Mãe”, uma canção linda e emocionante escrita para sua mãe, Aparecida Souza (que faleceu em 2023 aos 86 anos), se destaca pela emoção genuína. Mas, só ela não basta.

Em “Quem dera eu Seu Zé”, parceria com Bruno Caliman (o cara do sertanejo!), Ana aposta em uma balada pop bem suave, com refrão chiclete, mas letra… bem simplinha, vamos combinar. A voz grave, mais contida que o habitual, parece indicar uma escolha por um caminho mais fácil. Será?

Já a parceria com Antonio Villeroy, que já nos presenteou com pérolas como “Pra Rua Me Levar” (2001) e “Ruas de Outono” (2006), resulta em “Compasso da Contradição”, uma marcha-rancho com um toque pop… meio caipira.

Tem também duas faixas inéditas com Umberto Tavares e Jefferson Junior, duas figuras importantes da música pop brasileira dos anos 2010, que trabalharam com artistas como Ludmilla. “Crime Perfeito”, com um toque de guitarra marcante, flerta com o rock, enquanto “Ex”, um samba-canção elegante, brinca com palavras que começam com “es”.

Olha só, a impressão que fica é que Ana Carolina está tentando equilibrar sua identidade musical com as demandas do mercado, que, convenhamos, às vezes, prefere músicas mais… sem graça. O EP, produzido por Iuri Rio Branco, com arranjos de Ana, Iuri, Théo Silva, Tuco Marcondes e Juliano Valle, reflete essa busca por um equilíbrio.

Aquele canto potente e intenso, a paixão que incendiava álbuns como “Ana Rita Joana Iracema e Carolina” (2001) e “Estampado” (2003), parecem ter diminuído um pouco a intensidade. Por isso, acho que esse EP vai agradar mais os fãs mais antigos do que aqueles que esperam uma explosão de criatividade. “Ainda Já” se anuncia como um álbum irregular, com um repertório que, no geral, é um tanto insosso. O show “25 Anas” promete ser mais compensador.

Fonte da Matéria: g1.globo.com