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A trilha sonora de “Senhora dos Afogados” ecoa a força dramática da peça

A montagem de “Senhora dos Afogados”, no Teatro Oficina, dirigida pela talentosa Monique Gardenberg, é uma explosão de emoções! A peça, que fica em cartaz em São Paulo de sexta a segunda, é uma homenagem ao saudoso Zé Celso Martinez Corrêa (1937-2023), o fundador do teatro. E, gente, que espetáculo! A direção de Monique é incrível, usando recursos audiovisuais de forma magistral – algo que já é marca registrada dela. Mas olha só que detalhe: a trilha sonora rouba a cena! Ela não apenas acompanha, mas *potencializa* a dramaticidade da trama.

A escolha musical é genial! A gente começa com Amália Rodrigues (1920-1999) e seu fado “Foi Deus” (Alberto Janes, 1952), com a participação de Anabela, impactando o público logo de cara. Que impacto, né? E para fechar com chave de ouro, a inesquecível Núbia Lafayette (1937-2007) interpretando “Hino ao Amor” (versão brasileira de Hymne à l’amour, Edith Piaf, 1950), gravada em 1975. Essa versão em português, escrita por Odair Marzano (1929-2021) e lançada em 1959, é simplesmente perfeita para o clima da peça.

Mas tem mais! No meio dessa sinfonia de emoções, a gente encontra a voz inconfundível de Orlando Silva (1915-1963) com sua versão original de “Súplica” (José Marcílio, Déo e Otávio Gabus Mendes), gravada em fevereiro de 1940. A dor e o desespero da letra dessa valsa, sabe?, combinam perfeitamente com a loucura que toma conta dos personagens de Nelson Rodrigues (1912-1980). A atmosfera da peça, aliás, é de tirar o fôlego!

E, claro, não podemos deixar de falar da participação de Wanderléa! A trilha traz a gravação original de “Você vai ser o meu escândalo”, lançada em 1969. Essa música, composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos (1941-2022), nunca foi gravada pela dupla, e fala de um amor secreto, que pode ser interpretado tanto como homoafetivo quanto extraconjugal. Na peça, a música ilustra o romance proibido entre Dona Eduarda (Leona Cavalli) e o noivo de Moema (Lara Tremouroux), e também a obsessão de Moema pelo pai, Misael (Marcelo Drummond). Incrível como a música se encaixa na narrativa, né?

Além dessas preciosidades, o coro do Teatro Oficina também se apresenta ao vivo com “Festa de Candomblé” (Martinho da Vila, 1983), uma adaptação de um tema do folclore afro-brasileiro. Enfim, a trilha sonora é tão poderosa quanto a própria encenação, criando uma experiência imersiva e emocionante. A peça, baseada na obra de 1947 de Nelson Rodrigues, um pernambucano que viveu no Rio, é uma tragédia mítica, cheia de paixão, loucura e, claro, muita música! Uma verdadeira ode ao talento de Zé Celso! Evoé!

Fonte da Matéria: g1.globo.com