A nova cédula de 20 euros do Banco Central Europeu (BCE) tá causando um baita burburinho! A razão? A homenagem a Marie Curie, duas vezes Nobel, que, segundo a versão inicial do projeto, simplesmente aparecia como “Marie Curie”. Aí, quebrou a banca! Para a Polônia, isso é um desrespeito. Afinal, Marie nasceu Maria Skłodowska, em Varsóvia, na época parte do Império Russo, e sua identidade polonesa foi fundamental em sua vida.
Olha só: a cientista viveu na França por mais de três décadas, onde construiu uma carreira brilhante na Universidade de Paris – inclusive, foi a primeira mulher professora lá! Em 1995, ela se tornou a primeira mulher a ser enterrada no Panteão de Paris por seus próprios méritos, um marco e tanto! Mas, sabe?, sua ligação com a Polônia nunca se apagou.
Em seu primeiro Nobel, em 1903 (Física, com o marido Pierre Curie), ela usou apenas “Marie Curie”. No segundo, em 1911 (Química, após a morte de Pierre), ela assinou como Marie Skłodowska-Curie, marcando sua origem. Essa assinatura, aliás, nunca pegou de verdade, gerando uma discussão simbólica entre franceses e poloneses que dura até hoje.
Essa discussão ganhou força com o anúncio do BCE de novas cédulas de euro com o tema “Cultura Europeia”. Diplomatas poloneses em Bruxelas, o governador do Banco Central da Polônia, Adam Glapiński, e parlamentares – inclusive alguns não-poloneses que admiram o feminismo de Marie – protestaram. Afinal, era fundamental reconhecer suas raízes!
O próprio site do BCE, na real, já corrigiu a informação para “Marie Curie (nascida Skłodowska)”. Ufa! Eles lançaram um concurso para escolher o melhor design, com previsão de conclusão para 2026. A impressão das novas notas, porém, ainda não tem data.
“Estou muito satisfeito que o BCE tenha atendido às preocupações polonesas”, declarou o eurodeputado conservador Janusz Lewandowski ao Politico. A Polônia, que usa o zloty e não o euro, mostrou que não ia deixar barato essa questão.
Mas por que tanta importância? A escritora e apresentadora polonesa Karolina Żebrowska explica em seu canal do YouTube: a Polônia sofreu tentativas de apagamento da história por países vizinhos. No tempo de Marie, Varsóvia estava sob o domínio russo, e a cultura polonesa era reprimida. A língua, os costumes, a história… tudo ameaçado. Marie, mesmo tendo estudado e trabalhado na França a partir de 1891, nunca esqueceu suas raízes. Ela passou sua identidade polonesa para suas filhas, as levou à Polônia algumas vezes e, mais que isso, homenageou seu país dando o nome de “polônio” ao primeiro elemento químico que descobriu. Isso explica a forte emoção em torno da questão. Afinal, para os poloneses, Marie Skłodowska-Curie é mais que uma cientista brilhante: ela é um símbolo da resistência e da identidade nacional.
Fonte da Matéria: g1.globo.com