Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
Notícias

** A Fuga de Alcatraz: Papel Higiênico, Capas de Chuva e um Mistério que Perdura

** Era 12 de junho de 1962. Três cabeças falsas, feitas de papel, sabão e cabelo humano, repousavam nas camas da temida prisão de Alcatraz. Pareciam presos dormindo, mas era só uma artimanha. Três detentos haviam sumido! A fuga mais famosa da história americana tinha acabado de acontecer. Mais de sessenta anos se passaram, e o mistério continua, com algumas pistas apontando, acredite, até pro Brasil!

Alcatraz, o Presídio Federal que funcionou de 1934 a 1963, era uma fortaleza na Baía de São Francisco, na Califórnia. Chamavam a ilha de “A Rocha”, sabe? Isolada, de segurança máxima… fugir dali era considerado quase impossível. Em quase três décadas, mais de 1.500 detentos passaram por lá, os piores dos piores, especialistas em fugas ou simplesmente “difíceis de lidar”. Entre eles, Frank Morris e os irmãos John e Clarence Anglin.

Frank, que chegou em 1960, tinha um currículo extenso: assaltos a bancos, arrombamentos… e várias tentativas de fuga. Já os irmãos Anglin, especialistas em roubos a bancos, chegaram em 1961. Os três já se conheciam de outras prisões. Olha só que coincidência!

O trio, com a ajuda de Allen West, um quarto preso, começou a arquitetar a fuga. Frank, o mais experiente, liderou a operação. Por meses, em segredo absoluto, eles juntaram materiais e construíram, numa oficina secreta, um bote inflável, remos e coletes salva-vidas. A ideia? Simples: escapar de bote e chegar à terra firme.

Agentes federais caçaram os fugitivos por anos. Em 1979, o FBI desistiu. A hipótese principal? Afogamento na travessia da baía. Mas… evidências recentes sugerem outra história. Relatos de familiares e uma carta misteriosa indicam que Frank e os irmãos Anglin podem ter sobrevivido – e que dois deles até vieram para o Brasil!

**Oficina Secreta: O Início do Plano**

Em 14 tentativas de fuga em quase 30 anos de funcionamento, apenas seis presos morreram baleados e dois afogados, antes da fuga de 1962. Segundo o FBI, tudo começou em dezembro de 1961, com o achado de lâminas de serra velhas. Um buraco na parede não bastava; eles precisavam atravessar a água gelada da Baía de São Francisco. Preciso construir um bote, pensaram eles.

Criar uma embarcação dentro de uma prisão, em segredo, era uma missão quase impossível. A solução? Uma oficina secreta no vão do teto do bloco de celas. Um buraco na parede, um corredor sem vigilância… pronto!

**Música como Camuflagem**

A furadeira? Improvisada, com o motor de um aspirador de pó, as serras e colheres roubadas da cozinha. Para abafar o barulho? Música! Frank tocava acordeão, disfarçando os trabalhos.

Mais de 50 capas de chuva viraram bote e coletes, as costuras seladas com vapor de canos. Pedaços de madeira? Remos. Para ganhar tempo, eles fizeram cabeças falsas com papel higiênico, sabão, cimento e cabelo humano da barbearia – bem realistas!

Na noite de 11 de junho, a ação começou! Eles escalaram cerca de nove metros – três andares! – usando a rede de canos. O ventilador do poço foi aberto, acesso ao telhado… e descida pela chaminé da padaria. Cercas ultrapassadas, bote na água, inflado com uma concertina adaptada… Allen West ficou para trás.

**A Descoberta e a Busca**

Na manhã do dia 12, a descoberta: cabeças falsas nas camas. A prisão foi fechada, a busca começou. O FBI em São Francisco foi avisado, barcos na baía também. Familiares foram contatados. Pedaços de madeira e um colete salva-vidas foram encontrados na Angel Island, perto de Alcatraz. Allen West, em troca de clemência, revelou tudo. Mas a polícia não registrou nenhum crime de roubo de carro na região, como ele relatou.

**O Mistério Permanece**

Em 1979, após 17 anos, o FBI encerrou a investigação. Não havia provas de que eles haviam chegado ao outro lado. As fortes correntes, a água gelada (12°C)… o afogamento era a explicação mais provável. Mas… nenhum corpo foi encontrado. Em 2012, o governo divulgou imagens atualizadas dos três, usando tecnologia. Se vivos, teriam mais de 90 anos.

**O Brasil e a Carta Misteriosa**

Duas coisas reacenderam o caso: um documentário do History Channel em 2015 sugeriu que os irmãos Anglin fugiram para o Brasil, com cartões de Natal e fotos de um amigo da família em uma fazenda em 1975. E em 2018, uma carta supostamente de John Anglin chegou ao FBI, dizendo que ele estava vivo, com câncer, que Frank e Clarence haviam morrido, e que ele revelaria sua localização em troca de tratamento médico. O FBI não encontrou evidências conclusivas. O Serviço de Delegados dos EUA, até hoje, mantém o caso aberto.

**Alcatraz: Passado, Presente e Futuro?**

Desde 1973, Alcatraz recebe turistas. Cerca de 1,2 milhão por ano! A lenda inspirou filmes como “Fuga de Alcatraz” (com Clint Eastwood) e “A Rocha”. Em 2018, Donald Trump anunciou a intenção de reabrir e expandir a prisão, para os “criminosos mais cruéis e violentos da América”. Pam Bondi, procuradora-geral, visitou a prisão, mas não deu declarações. O projeto ainda não saiu do papel. Alcatraz continua cara demais para ser mantida, segundo o Departamento Federal de Prisões. Transformá-la em prisão novamente custaria uma fortuna, disse um professor da Universidade da Califórnia.

O mistério da fuga de Alcatraz continua a fascinar. Será que Frank Morris e os irmãos Anglin conseguiram mesmo enganar o sistema mais uma vez? A resposta, por enquanto, permanece em algum lugar entre a Baía de São Francisco e… quem sabe… o Brasil?

Fonte da Matéria: g1.globo.com