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EUA intensificam pressão sobre o STF: sanções a esposa de Moraes geram crise diplomática

A decisão do governo Trump de aplicar sanções à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), explodiu na imprensa internacional, acendendo o alerta para uma escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e EUA. A notícia, divulgada na segunda-feira (22/9), repercutiu em veículos como o *The Washington Post* e o *El País*, além da *Al Jazeera*.

O *Washington Post*, por exemplo, cravou: a sanção a Viviane representa uma nova etapa na briga entre Trump – aliado de Bolsonaro – e o governo brasileiro. O jornal americano lembra que Trump, acusado de tentar se manter no poder após a derrota eleitoral, pressionou o STF para arquivar as acusações contra Bolsonaro. Moraes, segundo o *Post*, numa entrevista recente, afirmou categoricamente que não cederia “nem um milímetro” à pressão de Trump. Olha só, o jornal americano ainda destaca que a administração Trump tentou pintar Moraes como um inimigo da liberdade de expressão.

A aplicação da Lei Magnitsky – a mesma usada para punir autoridades estrangeiras corruptas e violadoras de direitos humanos – chamou a atenção. Sabe?, normalmente, essa lei mira funcionários de países como Coreia do Norte e Irã, ou indivíduos envolvidos em crimes de guerra. No caso de Moraes e sua esposa, a justificativa é outra.

Já o *El País*, destacou que Viviane agora figura ao lado de criminosos internacionais na lista de sancionados. Incrível, né? O jornal espanhol ressaltou que a esposa do ministro, relator do caso contra Bolsonaro, se junta a um grupo que inclui membros do cartel de Sinaloa e islamistas sudaneses ligados ao Irã. O *El País* ainda observou que a sanção à esposa de Moraes era esperada, considerando a retaliação econômica que os EUA vinham impondo ao Brasil nas semanas que antecederam o julgamento de Bolsonaro. Afinal, Washington já havia imposto uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, sancionado o próprio Moraes e revogado os vistos de quase todos os ministros do STF, poupando apenas os dois indicados por Bolsonaro (André Mendonça e Kássio Nunes Marques) e Luiz Fux, o único que votou pela absolvição do ex-presidente.

Além de Viviane, o Lex – Instituto de Estudos Jurídicos, empresa da qual ela e seus três filhos (Gabriela, Alexandre e Giuliana Barci de Moraes) são sócios, também foi alvo das sanções. E não para por aí! O governo americano também revogou o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias.

A *Al Jazeera* pontuou que os advogados dos sancionados recorrerão, mas que, segundo juristas, as chances de sucesso são mínimas. Para a rede, as sanções representam um aprofundamento da crise diplomática entre as duas maiores democracias do hemisfério ocidental.

Outra medida impactante: além de Viviane e Jorge Messias, outros indivíduos ligados ao Judiciário e à Justiça Eleitoral tiveram seus vistos americanos cancelados. Entre eles estão: Airton Vieira (desembargador no TJ-SP e ex-juiz instrutor no gabinete de Moraes); Benedito Gonçalves (ex-ministro do TSE, relator da ação que tornou Bolsonaro inelegível); Cristina Yukiko Kusahara Gomes (chefe de gabinete de Alexandre de Moraes); José Levi (ex-advogado-geral da União no governo Bolsonaro e secretário-geral da presidência do TSE em 2022); Marco Antonio Martin Vargas (desembargador no TJ-SP e ex-juiz auxiliar de Moraes no TSE); e Rafael Henrique Janela Tamai Rocha (juiz auxiliar de Moraes). A informação foi confirmada por uma fonte do Departamento de Estado americano.

Fonte da Matéria: g1.globo.com