Em meio ao universo grandioso da música sertaneja, uma gravação despretensiosa, feita entre amigos, com muita bebida e risadas à mesa, explodiu nas plataformas digitais. A música “Baqueado”, do cantor Panda em parceria com Ícaro e Gilmar, lançada em dezembro de 2024, já soma mais de 73 milhões de streams no Spotify e ultrapassa 90 milhões de visualizações no YouTube. Isso é incrível! A faixa, parte do DVD “Panda Sem Moderação”, é uma das quatro do artista presentes no Top 200 do Spotify. E, além da sofrência regada a álcool, que cativa milhares de fãs do gênero, a música chama atenção por algo a mais: a semelhança da voz de Panda com a potência vocal de Bruno, da dupla Bruno & Marrone.
“Fico muito feliz com as comparações, na real! A única coisa que me incomoda é a palavra ‘imitar’. Nossa, eu não imito, de jeito nenhum! Se eu imitasse o Bruno cantando, não aguentaria fazer todos os shows que a gente faz. O cara canta demais!”, afirmou Panda em entrevista ao g1. Ele completa: “O Bruno é o pai da voz, sabe? Eu sou um garotinho perto dele. Um fenômeno! Não tem comparação, nem na carreira, nem na voz, nem em nada!”.
Apesar de negar qualquer imitação, Panda revela que foi ouvindo Bruno & Marrone, aos 12 anos, que decidiu se aventurar no mundo da música. “Cantarolava em casa, mas era mais Milionário e José Rico, Chico Rey e Paraná, Cacique e Pajé… essas coisas bem antigas. Aí, ouvi ‘Favo de Mel’ no rádio e falei: ‘Caraca, a voz desse cara é parecida com a minha!'”. Ele ri, lembrando: “Minha mãe disse: ‘Não, filho, a sua que é parecida com a dele!’, porque eu era mais novo, né? Nunca vou esquecer!”.
A partir daí, Panda trocou o sertanejo raiz por canções mais românticas, ganhou um violão do pai, formou uma dupla aos 14 anos e… não parou mais! “A gente se acabava nos botecos!”, recorda.
Mas quem é Panda, afinal? Jonathan Scarello Anjos, nascido em São Paulo, 31 anos, atualmente morando em Goiânia, adotou o nome artístico há cinco anos, quando ingressou na MJ Music. Foi o empresário Rafael Cabral quem sugeriu: “Pelo simples fato de eu ser gordinho, fofinho, gente boa e a galera dar bastante risada comigo”, conta Panda. A escolha se deu porque Jonathan Anjos era “muito longo”. “No começo, não gostei muito, não. Mas depois entendi que Panda é um nome show!”, confessa.
Antes disso, porém, o cantor passou cerca de 10 anos usando o nome artístico Marrone. Depois de um período na dupla Jonathan & Lucas, em São Paulo, ele foi para o Mato Grosso, ficou um ano afastado da música, cantando apenas entre amigos após o expediente em uma loja de tintas. “Sobrou um violão na minha mão e comecei a cantar por brincadeira. E o pessoal me chamava de Marrone. Olha só, tem muita gente que não sabe diferenciar o Bruno do Marrone!”, explica.
Ele chegou a adotar o nome da segunda voz da dupla de “Dormi na praça”, “Vida Vazia”, “Por um minuto” e outros sucessos. Mas o próprio Marrone o convenceu a mudar: “Um dia, eu contei a história para ele e ele disse: ‘Rapaz, você tem que usar Jonathan Anjos, seu nome é bonito!'”. Por dois anos, usou o nome de batismo, até virar Panda. Sobre a escolha de um nome tão parecido com o de um artista consagrado, Panda admite: “Imaturidade e falta de conselhos, né? Hoje, vendo o tamanho do nome Panda, a gente pensa nisso. Mas na época, não pensei, não!”.
O estouro aconteceu em 2024, com o lançamento dos singles do DVD “Sem Moderação”. “Baqueado”, divulgada em dezembro, foi o ponto de virada. “Foi o pontapé inicial! Hoje, a gente faz em média 25 shows por mês pelo Brasil inteiro. Tá muito bom!”, comemora. Atualmente, Panda divulga o “Sem Moderação Vol. 2”.
“Faz oito meses que explodiu, que viralizou, né? Então faz oito meses que eu sou artista, que tô aprendendo a ser artista nacional. É muito difícil e muito gostoso ao mesmo tempo. A maior dificuldade é ficar longe dos filhos, da família”, desabafa. Panda é pai de Anthony, de 2 anos, e em breve será oficialmente pai de Luis Fernando, de 15 anos, a quem dará seu sobrenome (o pai biológico faleceu). Luis é filho de Shirlen Wikina, sua esposa há oito anos.
“Conheci minha esposa pelo Tinder! No quinto dia, pedi ela em casamento, não aguentei. Falei: ‘Nossa, é boa demais, vou deixar escapar, não!’ E casei!”, conta, rindo. “A Shirlen nunca saiu do meu lado. Dormiu no chão comigo, largou todos os sonhos dela para viver os meus aqui em Goiânia. Passamos muita dificuldade no começo. Ela tá no topo do meu pedestal. É a mulher da minha vida!”. No clipe de “Baqueado”, ela aparece ao lado dele na mesa.
Em oito meses de sucesso, Panda ainda não enriqueceu, mas realizou sonhos: “Deu para pegar uma grana, começar alguns investimentos, realizar o sonho da minha primeira casa. A primeira grana a gente tem que investir direitinho, e minha mulher é formada em gestão financeira. Então tô tranquilo. Nem com carteira eu ando, tudo tá com ela, tudo certo!”, finaliza.
Fonte da Matéria: g1.globo.com