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Israel intensifica ofensiva em Gaza: mais de 150 alvos atacados e novo corredor de fuga aberto

Olha só, a situação em Gaza tá tensa! Um dia depois de começar a ofensiva terrestre, Israel anunciou, na quarta-feira (17), ataques a mais de 150 supostos alvos do Hamas na Cidade de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza – controlado pelo próprio Hamas, vale lembrar – 19 pessoas morreram nos ataques. A gente acompanha tudo pelo canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp! (Clique aqui para se inscrever).

O Exército israelense também abriu um novo corredor para facilitar a fuga dos moradores para o sul. Sabe, essa nova ofensiva fez milhares de palestinos deixarem Gaza de novo, muitos que já tinham voltado depois de uma primeira fuga no início da guerra. As imagens são chocantes: estradas congestionadas, gente fugindo a pé… (veja a foto abaixo).

Palestinos fogem para o sul após Israel ordenar evacuação e iniciar operação terrestre para ocupar a Cidade de Gaza, em 16 de setembro de 2025.
Reuters/Mahmoud Issa

Até quarta-feira, Israel recomendava a fuga pela estrada costeira, que, na real, estava completamente bloqueada. Agora, eles abriram a passagem Salaheddine, usando ruas internas (confira o mapa abaixo). Mas tem um porém: só vai ficar aberta por 48 horas, segundo o coronel Avichay Adraee, nas redes sociais. Ele alertou: “A circulação deve ser apenas pelas ruas amarelas no mapa. Sigam as instruções das forças de segurança!”.

Segundo o Exército israelense, cerca de 350 mil moradores deixaram a Cidade de Gaza rumo às zonas humanitárias da ONU no sul. Isso representa uma parte significativa da população, já que antes da ofensiva, entre 900 mil e um milhão de pessoas viviam ali.

Duas divisões do Exército israelense estão operando em Gaza, e uma terceira deve se juntar a elas em breve. As informações são sigilosas, mas a RFI apurou que o Exército israelense tem entre seis e sete divisões, sendo que as que estão em Gaza representam metade do total.

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Eyal Zamir, declarou que o Hamas sofreu “duros golpes” e que “as conquistas permitirão que Israel se aproxime do fim da guerra”. Interessante notar que Zamir foi um crítico da ofensiva, inclusive em embates com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele alertou sobre os riscos para os 48 reféns e para os soldados israelenses. A RFI apurou com fontes israelenses que a operação pode durar meses, até janeiro de 2026.

A população de Gaza está dividida: quem foge, quem não consegue sair, e quem prefere ficar, seja por pressão do Hamas ou por descrença nas orientações de Israel. Fugir não tá fácil, não! Um imenso engarrafamento na estrada de Al-Rashid, a principal via litorânea, com gente a pé, de carro, de caminhão… E tem a questão econômica: o preço do transporte e dos combustíveis disparou por causa da escassez.

Israel estima que entre 200 mil e 300 mil civis palestinos vão permanecer na Cidade de Gaza durante essa fase da ofensiva.

**Genocídio e desnutrição infantil:** O Unicef alertou que mais de 100 mil crianças precisam de tratamento para desnutrição aguda. A porta-voz Tess Ingram disse que o deslocamento forçado é uma “ameaça mortal aos mais vulneráveis”, e que centros de nutrição tiveram que fechar. Israel, por sua vez, nega as alegações de fome, afirmando que as zonas humanitárias oferecem comida, abrigo e remédios.

Um relatório independente da ONU afirmou que Israel cometeu genocídio contra palestinos em Gaza e Jerusalém Oriental, tendo praticado quatro dos cinco atos definidos pela Convenção de 1948. Israel rejeitou veementemente o relatório, chamando-o de “distorcido e falso”, e acusando os especialistas da comissão de serem “representantes” do Hamas. O Ministério das Relações Exteriores de Israel ainda afirmou que o Hamas é quem tentou o genocídio, ao matar mais de 1.200 pessoas em Israel.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em outubro de 2023, após o ataque do grupo terrorista que matou mais de 1.200 pessoas em Israel. Desde então, mais de 64 mil palestinos morreram, segundo o Ministério da Saúde de Gaza (dados chancelados pela ONU).

**Guerra com os houthis:** Enquanto isso, o conflito entre Israel e os houthis do Iêmen continua. Desde março, os houthis lançaram 84 mísseis e 37 drones contra Israel. Israel, por sua vez, realizou 18 ataques contra alvos houthis, incluindo a eliminação de parte da liderança rebelde em 31 de agosto. A RFI apurou que a nova estratégia de Israel é isolar economicamente os houthis. Por isso, o ataque de terça-feira (16) ao porto de Hodeida, principal fonte de abastecimento dos houthis, faz sentido. O canal Al-Masirah relatou 12 ataques às docas, sendo que três delas haviam sido reconstruídas após ataques anteriores. Israel alertou a população civil antes da operação.

Fonte da Matéria: g1.globo.com