O governo Trump, mais uma vez, disparou ameaças contra o Brasil, destacando o ministro Alexandre de Moraes. Olha só: em publicação no X (antigo Twitter), na segunda-feira (8), o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado americano, aproveitou a comemoração do Dia da Independência do Brasil, no domingo (7), para criticar o que chamou de “abusos de autoridade”. A mensagem foi direta: “Ontem foi o 203º Dia da Independência do Brasil. Isso nos lembra do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro na preservação da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e daqueles cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”. Nossa!
Na sexta-feira (5), Trump já havia demonstrado sua irritação com o Brasil. Em entrevista coletiva na Casa Branca, ele disse estar “muito irritado” e não descartou a possibilidade de restringir vistos de autoridades que participarão da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Quando questionado sobre o cancelamento de vistos diplomáticos, incluindo os brasileiros, Trump foi taxativo: “Estamos muito irritados com o Brasil. Já aplicamos tarifas pesadas porque eles estão fazendo algo muito infeliz. O governo mudou radicalmente, radicalmente para a esquerda. Isso está fazendo muito, muito mal. Vamos ver”.
As declarações de Trump se referem às tarifas de até 50% impostas a produtos brasileiros em agosto. Na época, ele alegou que o ex-presidente Jair Bolsonaro era vítima de uma “caça às bruxas” no Supremo Tribunal Federal (STF).
Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro por crimes como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito, tornou-se alvo de críticas do governo americano. Aliás, o ministro já teve seu visto americano revogado e sofreu sanções pela lei Magnitsky.
As tarifas e as ameaças de sanções diplomáticas parecem fazer parte de uma estratégia mais ampla de Trump para pressionar governos considerados ideologicamente adversários. A possibilidade de restrições durante a Assembleia Geral da ONU, evento que reúne líderes globais, preocupa. Afinal, isso pode impactar gravemente as relações bilaterais e o papel dos EUA como anfitrião de organismos internacionais. Me parece que a situação está bem tensa.
Fonte da Matéria: g1.globo.com