Olha só que notícia! Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou na segunda-feira (8) que o Natal venezuelano vai começar bem antes, dia 1º de outubro! Isso mesmo, segundo ano seguido que ele toma essa decisão. A informação foi dada durante um programa na VTV, a emissora estatal, que começou, pasmem, com música natalina! A gente até se pergunta: será que o Papai Noel já tá avisado?
Maduro justificou a antecipação dizendo que os venezuelanos “estão constantemente em busca de felicidade”. “Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas, gaitas… É a forma de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria”, declarou ele. “Ninguém e nada neste mundo vai tirar nosso direito à felicidade, à vida e à alegria!”, completou, com bastante ênfase.
Mas, na real, essa decisão acontece num momento de alta tensão com os Estados Unidos. A gente tá falando de oito navios da Marinha americana próximos à Venezuela – sete no Caribe e um no Pacífico. Os americanos justificam a presença como uma operação anti-narcotráfico. Será?
Em 2024, Maduro já tinha feito a mesma coisa. Na época, especialistas apontaram que era uma manobra para desviar a atenção da prisão de opositores ao governo, após as eleições presidenciais. Ele também antecipou o Natal em 2020, durante a pandemia, e em 2013, quando assumiu a presidência.
A situação tá tensa mesmo! No final de agosto, a Casa Branca se recusou a comentar os objetivos militares da operação, mas a porta-voz Karoline Leavitt disse que o governo Trump usará “toda a força” contra Maduro. O site Axios chegou a publicar que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Isso inclui, segundo fontes americanas, a possibilidade de uma invasão. Em Caracas, o governo classifica a movimentação americana como uma ameaça e mobiliza militares e milicianos.
Analistas da Reuters acham a frota americana desproporcional para uma simples operação antidrogas. Um esquadrão anfíbio, por exemplo, é usado em invasões terrestres. Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que uma invasão terrestre pode ser inviável a curto prazo, mas um bombardeio, não. Ele compara a situação com a do Irã meses atrás: “Não é simplesmente um blefe. Há preparação para algum tipo de intervenção militar”. Eita!
Vale lembrar que os EUA consideram Maduro líder do Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista, e oferecem US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. Tudo isso acontece dias depois de um ataque americano contra um barco carregado de drogas no Caribe. Segundo o presidente Donald Trump, o barco era venezuelano. A gente fica aqui pensando… será que essa antecipação do Natal é mesmo só por causa da felicidade do povo venezuelano?
Fonte da Matéria: g1.globo.com