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Lula denuncia “chantagem tarifária” e práticas ilegais contra países do BRICS em reunião virtual

Nesta segunda-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva detonou, numa reunião virtual do BRICS, as práticas comerciais ilegais e a “chantagem tarifária” sofridas pelos países do bloco. A informação veio da transcrição da reunião, divulgada pelo Palácio do Planalto, já que o discurso não foi transmitido. Olha só que situação!

O BRICS, vale lembrar, reúne Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. Lula, que atualmente preside o grupo, conduziu a cúpula virtual com a participação de líderes da China, Egito, Indonésia, Irã, Rússia e África do Sul, além de representantes de outros países.

Segundo a transcrição, Lula disparou: “Nossos países viraram vítimas de práticas comerciais injustificadas e ilegais. Essa chantagem tarifária tá se tornando normal, usada pra dominar mercados e meter o bedelho em assuntos internos!”. Me parece que ele não estava nada contente.

O Planalto informou que o presidente também destacou o comércio e a integração financeira entre os países do BRICS como uma alternativa segura para enfrentar o protecionismo. Acho que essa é uma boa estratégia!

Dois meses após a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro (em julho), Lula apontou um cenário internacional “cada vez mais instável”. Ele citou como exemplo a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros – decisão do ex-presidente Donald Trump – e as sobretaxas sofridas pela Índia em seu comércio com a Rússia. Ainda assim, na reunião desta segunda, Lula evitou mencionar os EUA diretamente.

“Sanções secundárias limitam nossa liberdade de fortalecer o comércio com países amigos”, afirmou Lula, acrescentando: “O BRICS precisa mostrar que a cooperação é mais forte que qualquer rivalidade”. Ele reforçou a necessidade de reformar organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o Brasil já iniciou um processo de consulta para tentar reverter o aumento de tarifas americanas.

Além disso, o discurso de Lula abordou outros pontos importantes: a ampliação de parcerias no BRICS, a preocupação com a presença militar dos EUA no Caribe (que ele considera “um fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região”), o convite para a COP 30 em Belém (PA), a necessidade de “soberania digital” e a regulamentação das big techs.

Na real, o Planalto informou que a reunião também discutiu os riscos de medidas unilaterais e formas de fortalecer a parceria e o comércio dentro do BRICS. A nota oficial diz: “A reunião serviu para trocar ideias sobre como lidar com os riscos de medidas unilaterais, principalmente no comércio internacional, e sobre como melhorar a solidariedade, a coordenação e o comércio entre os países do BRICS”.

Lula criticou a presença militar americana no Caribe, atribuindo-a a tensões desnecessárias, e condenou duramente as ações de Israel na Faixa de Gaza, chamando-as de “genocídio”. Ele também reiterou o convite aos países do BRICS para ingressarem no Fundo de Florestas Tropicais, a ser lançado na COP 30, e defendeu a criação de um Conselho da ONU voltado para o clima.

Por fim, Lula confirmou sua intenção de enviar ao Congresso projetos de lei para regulamentar as atividades das big techs no Brasil, mesmo diante das pressões dos EUA. Ele acredita que uma “governança democrática” no ambiente digital é essencial para evitar a dominação por empresas de poucos países.

Fonte da Matéria: g1.globo.com