Sexta-feira (5), o dólar deu uma queda de 0,94%, cotado a R$ 5,3961 por volta das 10h08. Enquanto isso, o Ibovespa, nosso principal índice da bolsa, subiu levemente, 0,05%, alcançando 141.070,21 pontos. A movimentação nos mercados globais tá toda focada no payroll americano, o relatório de empregos dos EUA, que é, na real, um termômetro importantíssimo da economia americana.
Olha só: a taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%, mostrando uma desaceleração nas contratações. Isso aumenta as chances do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, cortar os juros ainda este mês. Me parece que essa notícia animou bastante os investidores!
Aqui no Brasil, o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de julho, mostrando uma queda de 0,3%. E, pra completar o dia, às 11h, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, junto com os diretores Izabela Correa e Gilneu Vivan, vão dar uma entrevista coletiva pra falar sobre medidas de segurança do Sistema Financeiro Nacional. Acho que vai ser um evento importante!
Vamos entender melhor como esses fatores mexem com o mercado:
**Dólar:**
* Acumulado na semana: +0,47%
* Acumulado no mês: +0,47%
* Acumulado no ano: -11,85%
**Ibovespa:**
* Acumulado na semana: -0,31%
* Acumulado no mês: -0,31%
* Acumulado no ano: +17,21%
**IPP no Brasil:**
Os preços ao produtor no Brasil caíram 0,3% em julho, principalmente por causa do setor de alimentos. Essa é a sexta queda seguida, embora tenha sido menor que a de junho (1,27%). No acumulado do ano, o IPP subiu 1,36%. Doze dos 24 setores analisados pelo IBGE registraram queda de preços. Os alimentos tiveram forte impacto negativo (-0,33 ponto percentual), seguidos pela metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.). Murilo Alvim, gerente do IPP, explicou que, tirando os alimentos, as outras atividades tiveram influência positiva, mas a queda nos preços de alimentos foi o principal motivo da queda geral. Entre os destaques, indústrias extrativas (+2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (+1,41%). A queda nos preços de alimentos foi de 1,33%, menos intensa que a queda de -3,42% em junho.
**Payroll nos EUA:**
O crescimento do emprego nos EUA desacelerou bastante em agosto. A taxa de desemprego subiu para 4,3%, sinalizando um mercado de trabalho mais fraco. Foram criadas apenas 22 mil vagas fora do setor agrícola, muito abaixo das expectativas dos economistas (75 mil). Histórico mostra que os dados iniciais de agosto costumam ser revisados pra cima, mas mesmo assim… A notícia reforça a possibilidade de corte de juros pelo Fed ainda este mês. Em julho, pela primeira vez desde a pandemia, houve mais desempregados que vagas disponíveis. Economistas apontam as tarifas de importação de Donald Trump e a restrição à imigração como fatores que contribuíram para essa desaceleração, reduzindo a oferta de mão de obra. Ernie Tedeschi, da Universidade Yale, resumiu a situação: “Estamos em um mercado de trabalho com pouca movimentação, poucas contratações e demissões. O crescimento do emprego vem principalmente da criação de novas empresas”.
**Bolsas Globais:**
Na quinta-feira, Wall Street fechou em alta, impulsionada pelos dados fracos do payroll privado americano, que reforçam a expectativa de corte de juros pelo Fed. O Dow Jones subiu 0,76% (45.616,37 pontos), o S&P 500, 0,83% (6.502,08 pontos), e o Nasdaq, 0,98% (21.707,69 pontos).
Hoje, a expectativa pelo payroll americano impulsiona as bolsas europeias. No Reino Unido, as vendas no varejo e os preços de imóveis superaram as expectativas. Já a Orsted teve queda nas ações após revisar suas projeções de lucro para baixo. Os principais índices europeus operam em leve alta: STOXX 600 (+0,25%), DAX (+0,14%), FTSE 100 (+0,26%), CAC 40 (+0,08%) e FTSE MIB (+0,09%).
Na Ásia, os mercados fecharam em alta, apesar da queda semanal na China. Nikkei (+1,03%), Hang Seng (+1,43%), SSEC (+1,24%), CSI300 (+2,18%), Seul (+0,13%), Taiwan (+1,30%), Cingapura (+0,31%) e Sydney (+0,51%).
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte da Matéria: g1.globo.com