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** Vídeo de Trump mostra ataque a barco no Caribe; EUA acusam Maduro e Tren de Aragua

** Um vídeo divulgado pelo presidente Donald Trump mostra um ataque de militares americanos a um barco no Caribe, na terça-feira, dia 2. Olha só: segundo o governo americano, a embarcação transportava drogas e 11 pessoas morreram na ação. O vídeo, aliás, já está circulando bastante.

A Casa Branca afirma que a operação faz parte de uma ofensiva contra o narcotráfico. Pra isso, foram mobilizados navios de guerra, um submarino e aviões de vigilância para o sul do Caribe. Uma força considerável, né?

Em suas redes sociais, Trump disse que os militares americanos atacaram um barco do Tren de Aragua, gangue venezuelana considerada organização terrorista pelos EUA. Segundo ele, o ataque aconteceu em águas internacionais, enquanto os “terroristas” transportavam drogas para os EUA. “Onze terroristas morreram e nenhuma força americana se feriu”, escreveu ele.

Trump foi além e disse que o Tren de Aragua age sob o comando de Nicolás Maduro, o presidente venezuelano. Ele acusou Maduro de “assassinatos em massa, tráfico de drogas, tráfico sexual e atos de violência e terror nos Estados Unidos”. E ainda mandou um recado: “Que isso sirva de aviso a qualquer um que pense em trazer drogas para os EUA. Cuidado!”, postou no Truth Social.

Além do Tren de Aragua, os EUA também acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles – uma afirmação que, na real, é contestada por alguns analistas. Especialistas dizem que o grupo não tem uma estrutura hierárquica única, mas funciona como uma grande rede, envolvendo militares e políticos venezuelanos no lucrativo negócio do tráfico de drogas. Maduro, mesmo que não seja o chefe, é apontado como um dos principais beneficiários desse esquema todo.

**Mas será que é só isso?** Especialistas ouvidos pelo g1 acham que não. A quantidade de recursos militares enviados para o sul do Caribe, segundo eles, é muito maior do que o necessário para uma simples operação anti-drogas.

“O tipo de equipamento enviado não é compatível com uma operação contra tráfico”, afirma Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA. Maurício Santoro, doutor em Ciência Política e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, vai além: “Isso lembra a situação do Irã alguns meses atrás. A quantidade de recursos militares indica que os EUA estão falando sério”, disse ele, sugerindo a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela.

Na segunda-feira (20), Maduro afirmou que a Venezuela responderia com luta armada caso fosse atacada pelos EUA. Ele considerou o envio das embarcações americanas “a maior ameaça à América Latina do último século” e garantiu que o país não se renderia. “Se a Venezuela for atacada, entraremos em luta armada”, declarou.

**Detalhes da Operação:** Pelo menos sete navios americanos, incluindo um esquadrão anfíbio, mais de 4.500 militares e um submarino nuclear foram enviados ao sul do Caribe. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.

A operação se baseia na acusação de que Maduro lidera o Cartel de los Soles, considerado organização terrorista pelos EUA. Os EUA oferecem US$ 50 milhões de recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, considerado um fugitivo da Justiça americana.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, evitou comentar os objetivos militares, mas disse que o governo Trump usará “toda a força” contra Maduro. O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Autoridades americanas não descartam uma invasão. Enquanto isso, Caracas reforça suas defesas militares.

Fonte da Matéria: g1.globo.com