Um terremoto devastador de magnitude 6.0 atingiu o leste do Afeganistão na segunda-feira (1º de setembro de 2025), deixando um rastro de destruição e centenas de mortos. A tragédia, que ocorreu a cerca de 130 km de Cabul, a uma profundidade de apenas 8 km, expôs ainda mais a fragilidade do país sob o governo Talibã, que já vinha enfrentando uma grave crise humanitária. Olha só: o número de vítimas ultrapassou 800 mortos e 2.800 feridos, segundo dados do governo afegão, e a situação pode piorar. Muitas áreas remotas ainda não conseguiram relatar o total de vítimas.
Na real, esse foi o terceiro terremoto mais letal no Afeganistão desde a retomada do poder pelo Talibã em agosto de 2021. A volta do grupo ao governo levou à retirada das forças estrangeiras e, consequentemente, a uma queda drástica nos recursos financeiros do país, devido às sanções internacionais impostas. Isso é complicado, né? A ajuda humanitária para desastres, por exemplo, despencou de US$ 3,8 bilhões (aproximadamente R$ 20,6 bilhões) em 2022 para meros US$ 767 milhões (cerca de R$ 4,2 bilhões) este ano. Uma redução absurda, quase cinco vezes menor!
A região atingida pelo terremoto é montanhosa e de difícil acesso, complicando ainda mais as operações de resgate. Vilarejos inteiros foram reduzidos a escombros. Testemunhas descrevem cenas de horror: casas de barro e pedra desabaram, crianças e idosos ficaram presos sob os destroços. “Toda a vila foi destruída”, relatou um morador de Mazar Dara à TV afegã “Tolo”. “Precisamos de ajuda urgente. Nossas crianças, mulheres, idosos e mortos continuam enterrados sob os destroços.” Outro morador disse: “Algumas de nossas pessoas ainda estão enterradas sob a terra”. A dor e o desespero são palpáveis nos relatos. Um terceiro morador desesperado clamou: “95% da nossa vila foi destruída. Temos muitos mártires e feridos. Peço a todos os muçulmanos que nos ajudem”.
Sharafat Zaman, porta-voz do Ministério da Saúde afegão, lançou um apelo desesperado por ajuda internacional. “Precisamos disso porque muitas pessoas perderam a vida e suas casas. O número de mortos e feridos é alto, mas como a área é de difícil acesso, nossas equipes ainda estão no local”, disse Zaman à Reuters. O governo talibã afirmou que “todos os recursos disponíveis serão utilizados para salvar vidas”, mas a realidade é que os recursos são extremamente limitados.
Cinco tremores secundários, com magnitudes entre 4,3 e 5,2, agravaram ainda mais a situação nas horas seguintes ao tremor principal, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A província de Kunar, afetada pelo terremoto, já tinha histórico de terremotos e enchentes. As estradas de acesso ficaram bloqueadas, forçando o uso de helicópteros para o resgate. A ONU confirmou que diversas agências estão auxiliando nas operações de resgate em quatro províncias.
O Afeganistão, localizado em uma zona de intensa atividade sísmica na cordilheira Hindu Kush, onde as placas tectônicas da Índia e da Eurásia se encontram, é propenso a terremotos mortais. A tragédia de segunda-feira reforça a necessidade urgente de ajuda humanitária, além de ressaltar a complexa situação do país sob o regime Talibã, marcado por restrições de direitos, fome, seca e uma profunda crise humanitária. Imagens de soldados talebãs carregando corpos em Jalalabad, divulgadas pela Reuters, ilustram a dimensão da tragédia.
Fonte da Matéria: g1.globo.com