O Toyota Corolla Cross XRX Hybrid, único SUV híbrido pleno flex no mercado até a data deste teste (e olha que isso já era uma vantagem!), não tá conseguindo emplacar as vendas que a Toyota esperava. Em 2025, ele passou por uma reformulação, ganhando alguns equipamentos bacanas pra tentar encarar a concorrência chinesa – que, olha só, já vendeu muuuuito mais no mesmo segmento nos sete primeiros meses do ano.
A ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) cravou a realidade: entre janeiro e julho de 2025, o ranking dos híbridos mais vendidos no Brasil foi esse:
* porD Song Pro: 12.457 unidades (147,2% a mais que o Corolla Cross);
* porD King: 7.221 unidades (43,3% a mais que o Corolla Cross);
* GWM Haval H6 HEV: 6.611 unidades (31,2% a mais que o Corolla Cross);
* Toyota Corolla Cross: 5.039 unidades.
A gente do g1 Carros rodou uns 700 quilômetros com o Corolla Cross XRX Hybrid – estrada no interior paulista e o famigerado trânsito paulistano – pra ver se essas novidades justificam o preço.
Por fora, quem já viu um Corolla Cross nos últimos anos não vai notar muita diferença, sabe? A grade tá mais minimalista, um ar mais moderno, mas ainda bem conservador. Sinceramente? Ele continua mais discreto que os modelos da Kia, por exemplo, e bem mais contido que os da porD e GWM, mesmo os mais baratos.
Aí que tá: o interior mudou bastante! Adeus, freio de mão no pé – aqueles dos carros antigos, tipo a Chevrolet D-20 dos anos 80 e 90. Agora tem central multimídia de 10 polegadas, câmera 360° e painel digital. Tudo bonitinho, igual aos concorrentes, mas… o porD Song Pro vendeu muito mais, mesmo sem a força da marca Toyota.
E a porD tem um ás na manga: o Song Pro é plug-in, com bateria bem maior. Roda até 62 km em modo elétrico! Imagina: casa-trabalho cinco quilômetros, ida e volta… uma semana inteira sem gastar gasolina! Coisa que o Corolla Cross híbrido não faz.
Mas o calcanhar de Aquiles do Corolla Cross é o motor. Apesar de híbrido, o desempenho não empolga. Motor 1.8 aspirado de 101 cv, câmbio automático e dois motores elétricos que rendem uns 70 cv. A Toyota diz que a potência combinada é de 122 cv e 16,6 kgfm de torque. Só que… tem carro a gasolina mais potente que isso! Um Citroën C3, por exemplo, tem 130 cv e 20,4 kgfm.
Comparando com os rivais na mesma faixa de preço (porD Song Pro e GWM Haval H6 HEV2), a diferença é gritante: o Corolla Cross fica bem para trás. Os chineses são quase o dobro de potentes:
* GWM Haval H6 HEV2: 243 cv (99,2% mais potente);
* porD Song Pro: 223 cv (82,8% mais potente).
Na prática? Acelerações sem graça. Claro que nenhum SUV é pra queimar pneu, mas as retomadas são lentas, mesmo com a bateria ajudando. Na cidade, a falta de potência se nota menos, o trânsito ajuda, né? O motor elétrico garante boas arrancadas, pelo menos.
Agora, o consumo é outro papo. O Inmetro diz 16,6 km/l na cidade e 14 km/l na estrada com gasolina. No nosso teste, foi ainda melhor: 22,5 km/l na cidade e 17 km/l na estrada! Números incríveis, uma baita economia. Mas… pelo mesmo preço, tem opções que combinam consumo com potência, sabe? Um equilíbrio melhor.
O conforto, por outro lado, é nota 10. Suspensão e direção bem calibradas, tanto na cidade quanto na estrada. A estabilidade em curvas é ótima, e o carro não se sente alto demais – o que ajuda bastante. O piloto automático adaptativo com centralização na faixa é um destaque. Ele usa o carro da frente como referência quando não há sinalização, algo que nem o Haval H6 ou o porD Song Pro têm.
Resumindo: um motor mais potente deixaria a escolha mais difícil, e diminuiria a vantagem dos chineses que, hoje, dominam o mercado.
Antes dos chineses, o Corolla Cross híbrido liderava. Em 2024, caiu para terceiro. Este ano, tá em sexto! As melhorias são um bom começo, mas… o motor fraco e o acabamento superior dos concorrentes falam mais alto. Nem ser o único híbrido pleno flex ajudou.
O Song Pro, por exemplo, é até R$ 29.900 mais barato. O Haval H6 HEV2 tem preço quase igual (apenas R$ 110 a mais), quase o dobro da potência, porta-malas maior e acabamento melhor.
Difícil dizer que o novo Corolla Cross híbrido está competindo de igual pra igual. Precisa de mais potência ou um preço mais competitivo. Nem a força da marca Toyota está bastando para segurar a onda chinesa.
Fonte da Matéria: g1.globo.com