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Green Day: Uma Ode à Desconstrução do Sonho Americano

Quase 40 anos de estrada, e o Green Day continua quebrando paradigmas. A banda, um ícone do pop punk, se apresenta pela quinta vez no Brasil no dia 7 de setembro, no festival The Town, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. E dessa vez, eles trazem a turnê “Saviors”, baseada no álbum lançado em 2024, um verdadeiro soco no estômago do que se convencionou chamar de “sonho americano”. Sabe? Aquele conto de fadas que vende os EUA como a terra da oportunidade, onde qualquer um, independente da origem ou classe social, pode prosperar? Pois é, o Green Day não tá nem aí pra essa narrativa.

“Saviors” não é o único trabalho deles a detonar essa ideia romântica, não. Na real, já faz um tempão que a banda vem desconstruindo esse mito. A gente separou cinco músicas que mostram isso com maestria:

**The American Dream Is Killing Me:** Olha só, essa faixa de 2024 é um retrato brutal dos EUA em estado de caos. Desigualdade, desemprego, violência, falta de moradia… tudo tá lá, despejado na letra com a fúria de um furacão. No clipe, os caras aparecem como zumbis, tipo, uma alegoria sinistra. E a letra? Implacável. Frases como “Quem precisa de suicídio quando o sonho americano está me matando?” ecoam a desesperança de uma geração. Tem até referência ao TikTok, sabe? “Você já aprendeu a ler a nota de resgate? Não quero nenhuma massa amontoada. TikTok e impostos. Sob o viaduto. Dormindo em vidro quebrado. Nós não estamos bem”, canta Billie Joe. Arrepiante!

**American Idiot:** Um hino, né? Um dos maiores sucessos do trio, com uma pegada agressiva e rebelde que define o pop punk dos anos 2000. A ironia aqui é cortante. A música satiriza a mídia e o nacionalismo americano, pintando um quadro de idiotice patriótica alimentada pelo medo. “Não quero ser um idiota americano. Não quero uma nação sob a nova mania. E você consegue ouvir o som da histeria? A merda subliminar da América”, essa abertura já deixa claro o tom. Lançada em 2004, três anos após o 11 de Setembro e um ano depois da invasão do Iraque, a música respira o clima da época, servindo como um reflexo dos eventos que marcaram uma geração.

**Holiday:** Mais um estouro da banda. Em “Holiday”, a sátira se concentra na visão americana sobre a guerra, numa crítica à indiferença diante da barbárie. “Há uma bandeira enrolada em vários homens. Ei, uma mordaça, um saco plástico em um monumento. Oh, eu imploro para sonhar e diferir das mentiras vazias”. Lançada em 2004, durante o governo de George W. Bush, a música, segundo os próprios músicos, é uma crítica direta ao presidente e à cultura bélica dos EUA, mas acima de tudo, um grito antiguerra.

**Trouble Times:** Essa aqui de 2017, do primeiro mandato de Trump, não cita o nome do presidente diretamente na letra, mas o clipe… Ah, o clipe não deixa dúvidas. As críticas às políticas antimigração e anti-muçulmanas são explícitas. A canção retrata um país em retrocesso, um “paraíso em chamas”. A crescente onda conservadora nos EUA é o alvo principal: “Vivemos em tempos conturbados. Quando é repetido? Algumas coisas, nunca superaremos”, canta Billie Joe. Deu pra sentir a tensão, né?

**21st Century Breakdown:** Lançada em 2009, essa faixa já começa com um ataque direto a Richard Nixon, um ex-presidente visto por muitos como símbolo de abuso de poder. A música desmonta o sonho americano com versos como: “Eu nunca consegui ser um herói da classe trabalhadora” e “sonhe, América, sonhe, eu não consigo nem dormir”. A sátira ao Dia da Independência é genial, retratando a data como um pai ou mãe ausente que abandona o filho à beira do abismo. “As cicatrizes em minhas mãos e um meio para um fim. É tudo o que tenho para mostrar.” Uau!

Enfim, o Green Day não apenas faz música; eles criam um manifesto, uma crítica social contundente, que ecoa em gerações. E a gente espera ansiosamente pelo show no The Town!

Fonte da Matéria: g1.globo.com